A direção dos caminhos de ferro franceses (SNCF) pediu esta segunda-feira à polícia para agir contra a atitude "irresponsável" dos ciclistas da Paris-Roubaix que não respeitaram um cordão de segurança, cruzando uma linha segundos antes da passagem de um comboio.
A SNCF fez uma queixa oficial à Procuradoria-Geral francesa, dizendo que a ação de um grupo de corredores na clássica podia ter resultado numa tragédia mortal.
Na tarde de domingo, a pouco mais de 87 quilómetros do final da Paris-Roubaix, o pelotão deparou-se com cancelas fechadas numa passagem de nível, com vários corredores a optarem por atravessar para o outro lado, desrespeitando a indicação de um agente da autoridade.
"Vários corredores, deliberadamente e contra as regras de segurança, atravessaram uma barreira de segurança fechada. Milhões de telespetadores viram esta ação extremamente grave e irresponsável, que poderia ter originado uma tragédia, em direto”, alegou a SNCF em comunicado.
O último dos ciclistas que atravessou a barreira policial fê-lo oito segundos antes da passagem de um TGV (comboio de alta velocidade).
Os organizadores da clássica, conhecida como "Inferno do Norte", consideraram que os primeiros atletas a atravessar a passagem de nível, nos quais estava o vencedor John Degenkolb, não conseguiram parar de imediato, quando a cancela caiu.
"Não foi possível para os corredores da frente parar. O pelotão estava a 10 metros quando a cancela começou a fechar", defendeu Guy Dobbelaere, presidente do júri de comissários.
A União Ciclista Internacional (UCI) reagiu hoje, em comunicado, lembrando que a segurança deve ser um critério primordial nas provas.
"Depois de dois incidentes extremamente preocupantes que aconteceram na última semana, quer na Volta ao País Basco, quer na Paris-Roubaix, a UCI gostaria de reiterar que a segurança deve ser, em todas as ocasiões, a prioridade número um de todos os envolvidos numa corrida de ciclismo", diz a nota.
A federação internacional assegurou ainda que está a encarar "muito seriamente" os dois incidentes – na Volta ao País Basco, mecos colocados nos metros finais de uma etapa e mal assinalados provocaram uma queda grave – e prometeu que vai investigá-los, de modo a tomar eventuais sanções.
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