O ciclista italiano Fabio Aru (Astana) redimiu-se hoje de uma temporada discreta, ao ganhar em solitário a terceira etapa da Critério do Dauphiné, marcada por uma providencial troca de bicicleta do líder Alberto Contador (Tinkoff).
Aru vestiu momentaneamente a pele do outro líder italiano da Astana, Vincenzo Nibali e, com uma descida louca, conseguiu manter uma curta vantagem, conquistada na derradeira inclinação do dia, um pequeno ‘muro’ situado a 20 quilómetros da meta, para ser o primeiro em Tournon, com os ‘tubarões’ do 'sprint' mesmo atrás de si.
“Tentei a minha sorte na subida e depois decidi ir ao limite na descida, mas nunca pensei que terminaria assim. É uma experiência nova para mim ganhar desta forma”, reconheceu o jovem italiano, de 25 anos, que somou hoje o sexto triunfo da carreira, depois de três etapas no Giro e duas na Vuelta.
Conhecido pelos seus dotes de trepador, o ciclista da equipa cazaque mostrou que também sabe descer. Na subida rumo à contagem de segunda categoria de Sécheras, Tony Martin (Etixx-QuickStep), bem ao seu jeito, atacou a solo e motivou uma reação de Aru, que rapidamente formou um grupo de perseguição com Pierre Rolland (Cannondale), Tsgabu Grmay (Lampre-Merida), Luis León Sánchez (Astana), Adam Yates (Orica-GreenEdge), Mikel Landa (Sky), Steve Morabito (FDJ) e Bart De Clercq (Lotto Soudal).
Aru alcançou Martin e partiu em busca da sua primeira vitória da temporada, marcada por abandonos e resultados modestos, e conseguiu-o ao cumprir em solitário os 187,5 quilómetros, com início em Boen-sur-Lignon, em 4:19.54 horas.
Enquanto o homem da Astana celebrava, atrás de si os ‘sprinters’ tinham de contentar-se com a luta pelo segundo lugar, com Alexander Kristoff (Katusha) a levar a melhor.
No pelotão, que cortou a meta dois segundos depois do vencedor, estava Alberto Contador (Tinkoff), que teve um percalço técnico e foi forçado a trocar de bicicleta com Roman Kreuziger para salvar o dia e a liderança na geral.
O espanhol tentou aguardar pelos três quilómetros finais, que lhe dariam o mesmo tempo do pelotão, mas, vendo que não seria possível, optou por uma solução de recurso, sendo lançado pelos seus colegas de equipa para voltar a integrar o pelotão, onde estavam Richie Porte (BMC), segundo a seis segundos, e Chris Froome (Sky), terceiro a 13.
A dois segundos de Aru chegaram também André Cardoso (Cannondale) e Nelson Oliveira (Movistar), enquanto Sérgio Paulinho (Tinkoff) perdeu 11.32 minutos.
O trepador da Cannondale continua a ser o melhor português, na 41.ª posição, a 2.02 minutos de Contador, com o bicampeão nacional de contrarrelógio dois lugares atrás de si.
Paulinho é 168.º, a 34.27 minutos do seu 'chefe de fila'.
Na quinta-feira, a quarta etapa do Critério do Dauphiné vai ligar Tain-L'Hermitage a Belley (Ain), num percurso de 176 quilómetros.
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