A Polónia protagonizou hoje uma grande surpresa no Europeu de basquetebol, ao vencer a campeã em título Eslovénia, de Luka Doncic, por 90-87, num embate dos quartos de final em que sobreviveu a enorme reviravolta.

Em Berlim, a formação polaca, liderada por um ímpar ‘triplo duplo’ de Mateusz Ponitka, parecia estar ‘certa’ nas meias-finais quando conseguiu uma vantagem de 22 pontos na primeira parte (58-36), mas a formação eslovena respondeu em ‘grande’.

Sob o comando de Doncic, e sem precipitações, a Eslovénia fez um terceiro período de grande nível (24-6), colocando-se a um ponto e, no início do quarto, completou a reviravolta, colocando-se cinco pontos à maior (73-68).

Os campeões pareciam ter feito o mais difícil, mas a Polónia não desistiu, manteve-se por perto e, na parte final, acabou por superiorizar-se, mesmo não se livrando de um susto, quando permitiu aos eslovenos, já sem Doncic - excluído com cinco faltas a 3.02 minutos do final -, recuperar de 89-80 para 90-87.

A Eslovénia ainda teve uma posse de bola para levar o jogo para prolongamento, mas Klemen Prepelic não conseguiu, lançando de muito longe, num lance em que ficou a queixar-se de uma falta.

Mateusz Ponitka, autor de 26 pontos, com oito em 17 nos ‘tiros’ de campo, incluindo cinco em 13 nos ‘triplos’, e cinco em seis nos lances livres, 16 ressaltos e 10 assistências, foi o grande ‘carrasco’ dos eslovenos.

O naturalizado AJ Slaughter, com 16 pontos, seis ressaltos e quatro assistências, e Michael Sokolowski, com 16 pontos e cinco ressaltos, estiveram também em bom plano, tal como Jaroslaw Zyskowski (14 pontos) e Aleksander Balcerowski (11).

Na formação eslovena, Luka Doncic ficou perto do ‘triplo duplo’, com 14 pontos, 11 ressaltos e sete assistências, mas, visivelmente desgastado fisicamente, esteve a ‘quilómetros’ de anteriores exibições e não logrou evitar o desaire.

Vlatko Cancar, com 21 pontos, e Goran Dragic, com 17, foram os melhores marcadores dos eslovenos, que só contaram com oito pontos de Mike Tobey e deram-se muito mal com a grande agressividade da defesa polaca.

O primeiro período foi muito equilibrado, embora quase sempre com vantagem da Polónia, que acabou à frente (29-26) e reforçou drasticamente a vantagem no segundo, ao conseguir um incrível parcial de 22-2, no espaço de 7.24 minutos.

Os polacos chegaram a liderar por 22 pontos (58-36) e viraram com mais 19 (58-39), mas tudo mudou após o intervalo, com a Eslovénia a dominar por completo o terceiro período (24-6) e a colocar-se a apenas um ponto (64-63).

No quarto período, os campeões continuaram por cima de início e chegaram a liderar por cinco pontos (73-68), mas não sentenciaram, e a Polónia, que chegou a parecer perdida, ‘regressou’ ao jogo e impôs-se na parte final.

Os polacos, que já garantiram a sua melhor classificação no Europeu desde o quarto lugar de 1971 – somaram, antes disso, uma prata e dois bronzes -, vão defrontar nas meias-finais a França, que superou a Itália por 93-85, após prolongamento.