O português Neemias Queta, jogador dos Sacramento Kings, mostrou-se hoje satisfeito com a forma com está a decorrer a sua época de ‘rookie’ na Liga norte-americana de basquetebol (NBA), horas após o triunfo sobre os Los Angeles Lakers.
Numa videoconferência com a imprensa portuguesa, o poste luso reconheceu que era “inimaginável, há quatro ou cinco anos”, estar a partilhar o ‘court’ com LeBron James, mas afirmou que esta nova realidade só lhe dá “mais vontade para continuar a evoluir e atingir um nível diferente”.
“Um dos meus objetivos era chegar à equipa principal e ter uns minutos dentro de campo. Acho que já consegui isso e vou partir para outros objetivos”, explicou o português, que, na segunda-feira, teve o seu primeiro grande jogo na NBA, com 11 pontos e cinco ressaltos aos ‘Cavs’, em 24.05 minutos.
Cinco jogos depois, Neemias garante que se sente mais “confortável dentro do campo” e cada vez mais adaptado ao “jogo mais rápido” da NBA, que tem “abrandado” com a sua adaptação.
“O jogo é diferente, é um espetáculo dentro e fora do campo. Não há nenhum jogador mau na NBA, somos todos muito bons. Estão aqui os melhores do mundo e tens de trazer o teu melhor jogo cada vez que entras em campo”, garantiu.
O português sente que tem evoluído, sobretudo na maneira como se tem “mexido dentro do campo”.
“Tenho-me sentido mais confiante a defender no perímetro, a defender os ‘pequenos’ no exterior. Isso tem-me ajudado imenso a ganhar tempo dentro do campo”, afirmou, acrescentando: “Olho para cada oportunidade da mesma maneira, sempre a tentar dar o máximo, a fazer o meu melhor”.
De acordo com o poste luso, o treinador Alvin Gentry tem-no “encorajado” e dado “muita confiança”, pedindo-lhe para “continuar a trabalhar”, com a ‘promessa’ de que a sua “oportunidade vai chegar”.
Neemias tem também “aprendido imenso com todos os postes da equipa”, nomeadamente Richaun Holmes, Alex Len, Tristan Thompson e Damian Jones, que têm sido “cinco estrelas” e “facilitado a vida” ao português quando este está na equipa principal.
O próximo passo, para poder ombrear com eles, e subir na hierarquia, é tratar da parte física: “Preciso de ganhar um bocadinho mais de peso, um bocadinho mais de massa, um bocadinho mais de força. Esperemos que isso aconteça até ao final da época, para que na ‘off season’ consiga pôr o peso extra que necessito”.
O que não precisa de alterações é o seu relacionamento com os adeptos.
“Não estava à espera deste tipo de reação, mas é sempre bem-vinda. Os adeptos dos Sacramento Kings são incríveis e espero que possamos continuar a criar uma relação ao longo dos anos”, disse, afirmando que, coletivamente, o objetivo são os ‘play-offs’, apesar da equipa estar “um bocado atrás”.
De Portugal, Neemias Queta também tem sentido um grande apoio nesta sua época de estreia na NBA.
“Têm sido incríveis, mandam mensagens dia e noite e fico com o telemóvel cheio de notificações. A minha família também está sempre pronta a ajudar, sempre a ver os jogos, o que me dá mais força, vontade de querer jogar bem, para deixar contentes as pessoas que ficam acordadas para me ver”, explicou.
Os colegas também lhe perguntam o porquê de ter “tanta gente atrás”, a apoiar.
“É algo novo para nós, portugueses, e também para a NBA, ter um português a jogar aqui”, disse Neemias Queta, que na quarta-feira só jogou 48 segundos no triunfo caseiro sobre os Lakers (125-116), no seu primeiro triunfo na NBA, ao quinto jogo.
O poste integra o plantel de 17 basquetebolistas dos Sacramento Kings para a época 2021/22 e é um dos dois com contrato de duas vias, que lhe permite atuar na equipa principal e na formação secundária, os Stockton Kings, da G-League.
Neemias Queta, jogador de 22 anos e 2,13 metros, é o primeiro português a integrar uma equipa da NBA, depois de ter sido eleito pelos Sacramento Kings no 39.º lugar do ‘draft’, realizado em 29 de julho de 2021, em Nova Iorque.
Após três anos na Universidade de Utah State, ao serviço dos Aggies, o ex-jogador do Barreirense e do Benfica propôs-se ao ‘draft’, abdicando da época de ‘senior’, a quarta, e foi escolhido na nona posição da segunda ronda.
O internacional luso acabou a carreira universitária com médias de 13,2 pontos, 9,0 ressaltos, 2,5 desarmes de lançamento e 2,0 assistências, com 59,4% nos lançamentos de campo, números que convenceram o conjunto da Conferência Oeste.
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