A seleção espanhola de basquetebol dominou hoje por completo a Argentina e conquistou, 13 anos depois, o seu segundo título mundial, na final da 18.ª edição da competição, em Pequim, na China.
Como na final de 2006, então face à Grécia (70-47), o conjunto espanhol foi ‘arrasador’, com uma exibição ‘imensa’, no ataque e na defesa, com qualidade, intensidade e inteligência, na forma como soube controlar a importante vantagem cedo conquistada.
O ‘cinco’ de Sergio Scariolo, muito determinado a seguir o ‘guião’ que trouxe para o jogo, arrancou com um parcial de 14-2 e nunca mais ‘olhou para trás’, sabendo responder, sempre com muita calma, às tentativas de reação da Argentina.
Os sul-americanos tentaram tudo, sobretudo na defesa, colocando a sua intensidade ao máximo, mas, mesmo perdendo uma ou outra vez a bola, a Espanha nunca ‘tremeu’ e quando isso ameaçou acontecer, Scariolo soube acalmar a equipa.
A Espanha, que somou mais pontos em cada um dos períodos, chegou ao final do primeiro a vencer por nove (23-14), ao intervalo a comandar por 12 (43-31) e ao fim do terceiro já com 19 à maior (66-47), depois de um máximo de 22 (55-33).
No quarto período, e já com uma pressão a todo o campo, a Argentina conseguiu colocar-se a 12 pontos (68-56, 70-58, 78-66 e 80-68), mas não logrou aproximar-se mais, perante uma Espanha que também resistiu a duas exclusões por faltas.
Eleito o melhor jogador do encontro e do Mundial, Ricky Rubio (20 pontos e sete ressaltos) foi, individualmente, uma das grandes figuras da seleção espanhola, a par de Sergio Llull (15 pontos), fenomenal no controlo do tempo de jogo.
Marc Gasol, com 14 pontos, sete ressaltos e sete assistências, também esteve a um grande nível, para juntar o título mundial ao da NBA, tal como os irmãos Hernangómez: Juancho somou 11 pontos e cinco ressaltos e Willy 11 pontos e três ressaltos.
Em ‘grande’, esteve também Rudy Fernández, com 11 pontos, 10 ressaltos e um exemplar trabalho defensivo, faceta em que também merecem menção as prestações de Pierre Oriola, surpresa no ‘cinco’, Pau Ribas e Victor Claver.
Na formação argentina, o destaque vai, pela negativa, para a ‘ausência’ das grandes figuras da equipa: Facundo Campazzo marcou 11 pontos, mas só acertou dois de 11 ‘tiros’ de campo, e o veterano Luís Scola, ‘monstruoso’ nas meias-finais, ficou-se pelos oito, todos na segunda parte, com um em 10 nos lançamentos.
Gabriel Deck, com 24 pontos, foi o melhor, secundado, em termos pontuais, por Nicolas Laprovittola, com 17, mas com apenas quatro ‘tiros’ de campo marcados, em 15 tentados.
A diferença, mais do que individual, foi coletiva, com os espanhóis a dominarem em todas as facetas do jogo, sobretudo nas tabelas (47 ressaltos, contra 27) e nos lançamentos – 48% (31 em 65) contra 36% (22 em 61).
Ficha de jogo
Jogo no Wukesong Sport Centre, em Pequim.
Argentina – Espanha, 75-95.
Ao intervalo: 31-43.
Sob a arbitragem do brasileiro Cristiano Maranho, do francês Yohan Rosso e do norte-americano Steven Anderson, as equipas alinharam e marcaram:
- Argentina: Facundo Campazzo (11), Nicolas Brussino (8), Patricio Garino, Luis Scola (8) e Marcos Delia (2). Jogaram ainda Nicolas Laprovittola (17), Gabriel Deck (24), Luca Vildoza (2), Augustín Caffaro, Maximo Fjellerup, Tayavek Gallizzi e Lucio Redivo (3).
Selecionador: Sergio Hernández.
- Espanha: Ricky Rubio (20), Rudy Fernández (11), Pierre Oriola (6), Juancho Hernangómez (11) e Marc Gasol (14). Jogaram ainda Sergio Llull (15), Victor Claver (2), Willy Hernangómez (11), Pau Ribas (5), Javier Beiran, Quino Colom e Xavier Rabaseda.
Selecionador: Sergio Scariolo.
Marcha do marcador: 5-14 (05 minutos), 14-23 (primeiro período), 21-35 (15), 31-43 (intervalo), 39-55 (25), 47-66 (terceiro período), 66-78 (35) e 75-95 (resultado final).
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