Brittney Griner voltou na sexta-feira a jogar na Liga norte-americana feminina de basquetebol (WNBA), cinco meses após o fim da sua prisão na Rússia, participando no desaire das suas Phoenix Mercury no reduto das Los Angeles Sparks (94-71).
Na noite de abertura da época 2023 da WNBA, Griner somou 18 pontos, com 77,8 por cento nos lançamentos de campo (sete em nove) e 100% nos lances livres (quatro em quatro), seis ressaltos e quatro desarmes de lançamento, em 25.24 minutos.
“Não foi bom o suficiente, porque não conseguimos a vitória”, sintetizou Griner, de 32 anos, que foi libertada em dezembro de 2022 de uma prisão russa, como parte de uma troca de prisioneiros entre os Estados Unidos e a Rússia.
Apesar do desaire, a poste norte-americana estava satisfeita, como todos à sua volta, nomeadamente a comissária da WNBA, Cathy Engelbert: “O que é que ela me pareceu? Inacreditável”, disse, ao intervalo.
Por seu lado, a treinador das Mercury, Vanessa Nygaard, pôde, finalmente, começar os comentários pré jogo sem ter de anunciar o número de dias de Griner na prisão, o que fazia questão de fazer a anteceder cada jogo da temporada transata.
“Até ao dia em que recebemos a notícia de manhã que ela estava a regressar a casa, ninguém sabia que ia acontecer. Fizemos o nosso trabalho, provavelmente, com menos alegria que os outros profissionais. Foi pesado todos os dias”, lembrou Nygaard.
O ‘pesadelo’ acabou e nem o desaire tirou a boa disposição à técnica das Mercury: “Foi um dia de alegria. Algo fantástico aconteceu”.
Griner e as Mercury receberam uma ovação de pé quando entraram para o aquecimento, embora os maiores aplausos tenham ficado reservados para as anfitriãs Sparks.
“Apenas absorvendo, mas mantendo-me focada, porque, afinal, estou a trabalhar. Não posso ser dominada pelo momento. Estou a sentir, mas coloco-o o de lado para o saborear um pouco mais tarde”, disse Griner.
Na ‘plateia’ para o regresso da poste das Mercury, esteve, entre outros, a vice-presidente norte-americana Kamala Harris, que pousou para as fotos no balneário do conjunto de Phoenix.
“Foi muito bom podê-la ver cara a cara e agradecer-lhe por tudo o que fez por mim”, afirmou Griner, que bateu no coração e aplaudiu as bancadas, em retribuição às que recebia, quando passou nos ecrãs do pavilhão um vídeo a dar-lhe as boas vindas à WNBA.
Griner rematou: “Foi bom voltar ao campo para um jogo a sério. O amor dos adeptos quando entrámos foi extraordinário. Sentiu-o, definitivamente”.
A jogadora das Mercury já tinha marcado 10 pontos em 17 pontos num jogo particular realizado na semana passada, o seu primeiro desde que foi presa em fevereiro de 2022 num aeroporto de Moscovo, por alegada posse de cartuchos com óleo de canábis.
“Trouxemos de volta está mulher negra e gay de uma prisão russa e a América fê-lo porque eles a valorizavam por ser uma atleta. Vejo a Griner e vejo esperança”, frisou Nygaard.
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