O Conselho da World Athletics, órgão máximo do atletismo a nível mundial, adiou hoje para março de 2023 uma decisão sobre a reintegração da Rússia, que continua suspensa há sete anos devido ao seu esquema organizado de doping.
Por outro lado, o Conselho da World Athletics, reunido em Roma, decidiu não sancionar a federação queniana da modalidade, uma possibilidade que estava 'sobre a mesa' depois dos numerosos casos positivos revelados em 2022.
A decisão não terá "qualquer impacto" sobre a suspensão de russos e bielorrussos ligada à guerra na Ucrânia, explica Sebastian Coe, presidente da World Athletics, em conferência de imprensa. "A diferença é clara", sublinhou Coe.
"Algumas questões ficam por resolver até março, esperamos sinceramente que tudo fique resolvido", referiu, por seu lado. Rune Anderson, o chefe da 'task force', ao mesmo tempo que saúda a "mudança de cultura" e as práticas de "boa governança" no seio da federação russa.
Por agora, o Quénia escapa a sanções, mesmo 'minado' por mais de 25 casos de doping em 2022.
Sebastien Coe revelou a promessa dos quenianos de investimento de cinco milhões de dólares por ano (cerca de 4,81 milhões de euros) durante cinco anos para financiar o combate ao doping (testes, pessoal, investigações).
"A Unidade de Integridade do Atletismo (UIA) continua a trabalhar em conjunto com a federação queniana", garante Coe. "O regresso da confiança no sistema será longo, mas todos os atores. locais e internacionais, estão alinhados para resolver o problema", acrescentou.
Desde 2016 que o Quénia está classificado na categoria A (a de maior risco) na lista de vigilância do atletismo mundial e da Agência Mundial Antidopagem (AMA). Entre os atletas sancionados estão Diana Kipyokei, vencedora da maratona de Boston de 2021, Mark Kangogo, vencedor do 'trail' Sierre-Zinal e ainda Kenneth Kiprop Renju, que venceu a meia-maratona de Lisboa.
A World Athletics decidiu também atribuir às Bahamas a organização do Mundial de estafetas de 2024, prova que será de qualificação para os Jogos Olímpicos Paris2024.
Entretanto, prossegue a divulgação dos prémios anuais da organização, conhecendo-se hoje o segundo prémio para o atletismo ucraniano.
Sebastien Coe entregou a Yevhen Pronin, da Federação Ucraniana, o Prémio do Presidente, pela "resistência e força" que demonstraram após a invasão do seu território pelas forças armadas russas.
O Prémio do Presidente, outorgado pela primeira vez em 2016, reconhece um "serviço excecional ao atletismo". Antes dos ucranianos, já ganharam a jornalista britânica Vikki Orvice, o diretor de competições suíço Andreas Brugger, o atleta jamaicano Usain Bolt e a atleta queniana Tegla Loroupe.
Na segunda-feira, já tinha sido um ucraniano a ganhar o prémio de treinador do ano - Gennadii Zuiev, o técnico do saltador em altura Andriy Protsenko, medalhado nos Europeus e Mundiais este ano.
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