As portuguesas Carla Salomé Rocha e Solange Jesus terminaram hoje a meia maratona dos Campeonatos da Europa de atletismo Roma2024 no 24.º e 28.º lugares, com Susana Santos e Vanessa Carvalho na 44.ª e 51.ª posições, respetivamente.
Carla Salomé Rocha foi a primeira lusa a cruzar a meta instalada no Estádio Olímpico de Roma, 03.33 minutos depois da vencedora, a norueguesa Karoline Grovdal, hoje campeã na meia maratona, dois dias depois de ter conquistado a prata nos 5.000 metros.
“Recorde pessoal com 01:11.42 horas. Não corria tão rápido desde 2018. Vim com a consciência que tinha treinado bastante bem, mas depois de não ter conseguido ir aos Jogos Olímpicos quis mostrar nos Europeus que estava bem. Comecei cautelosa, porque, apesar de não estar sol, mas estava bastante humidade, fui recuperando resultados e acabei mais forte”, explicou a atleta do Sporting.
Após a estreia em meias maratonas em Europeus, na sua quarta presença nos campeonatos, Carla Salomé Rocha, de 34 anos, prometeu lutar “por mais e melhor”, deixando a capital italiana “com o objetivo cumprido”.
Solange Jesus chegou pouco depois, também com nova melhor marca pessoal, a correr os 21,0975 quilómetros da corrida mais longa dos Europeus em 01:12.06, a 03.54 do ouro.
“Saio muito satisfeita e estou muito emocionada. Este não era o meu objetivo para a época, tornou-se ao não conseguir estar nos Jogos Olímpicos, e estou muito feliz por ter conseguido um recorde pessoal num campeonato que, normalmente, resulta em corridas mais táticas”, referiu a atleta do Sporting de Braga.
Depois da desistência na maratona dos Europeus Munique2022 – esta distância apenas é disputada quando os campeonatos continentais são realizados em anos sem Jogos Olímpicos –, a atleta natural de Oliveira do Bairro, de 37 anos, cumpriu a sua segunda presença na competição.
“Acho que mostrei que teria condições para estar nos Jogos. Só quero agradecer a todos os que têm trabalhado comigo, à minha família e, principalmente, ao meu namorado e treinador [Ricardo Gomes]. Eu tinha expectativas, mas não quis colocar essa pressão, corri de forma despreocupada e correu bem”, reconheceu Solange Jesus, assegurando ter conseguido encontrar um grupo com um ritmo semelhante para cumprir a ‘meia’.
A já apurada para a maratona de Paris2024 Susana Santos alimentava uma expectativa melhor do que o 44.º posto, em 01:13.31, a 05.22 minutos da vencedora.
“Esperava melhor, sinceramente. Treinei bem, sei que valia um resultado melhor, até gostei do percurso, apesar de ser um pouco chato por ser às voltas, mas acho que as condições não foram favoráveis para mim – o calor e a humidade. Agora, é continuar a trabalhar, porque daqui a dois meses tenho os Jogos Olímpicos”, sublinhou a atleta do Recreio de Águeda.
Em declarações à Lusa, a maratonista de 31 anos confessou que gostava de ter saído da capital italiana com uma melhor marca.
“Saio um bocadinho triste. Eu sei que os campeonatos não são para bater os recordes pessoais, mas gostava de me ter aproximado do meu [é de 01:10.53, em 2023] e fiquei um bocadinho longe. Estava em 28.º no ranking e queria ficar acima disso, não foi possível e, depois das dificuldades que senti na corrida, o objetivo passou a ser terminar”, admitiu Susana Santos.
A igualmente estreante em Europeus Vanessa Carvalho, de 32 anos, encerrou a presença lusa nas provas de estrada, com o 51.º posto, em 01:14.56, a 06.17 de Grovdal.
“Vinha com expectativas e com a missão de dar o melhor de mim, pela equipa, mas também aproveitar a oportunidade e ganhar experiência, por isso, estou muito feliz. Claro que ambicionava um bocadinho mais, mas acredito que o melhor ainda está para vir. Acho que agarrei a oportunidade e espero que seja a primeira de muitas”, sublinhou a fundista do Sporting de Braga, que tem como melhor registo os 01:13.22 alcançados já este ano.
A meia maratona feminina seguiu-se à masculina, com Grovdal a suceder a Sara Moreira, vencedora na última edição disputada, em Amesterdão2016, ao estabelecer o novo recorde dos campeonatos, em 01:08.09 horas, relegando a romena Joan Melly e a britânica Cali Hauger-Thackery para os restantes lugares do pódio, a 46 e 49 segundos, respetivamente.
Tal como na prova masculina, a ‘meia’ consagrou ainda a classificação coletiva com a Taça da Europa da distância, tendo Portugal, que tinha vencido a competição em Amesterdão2016, terminado no sétimo lugar, numa hierarquia encabeçada pela Grã-Bretanha e a Irlanda do Norte.
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