O britânico Mo Farah e a holandesa Sifan Hassan foram hoje bem-sucedidos nas suas corridas para o recorde mundial da hora, no que era o ponto forte do programa do 'meeting' de atletismo de Bruxelas.
Sem o formato habitual de Liga Diamante, por causa da pandemia de covid-19, a organização apostou em provas pouco disputadas, como é o caso da hora, em que os corredores percorrem a maior distância possível naquele tempo.
A fechar o programa, a prova maior desta 'estranha' reunião - sem público e com programa inabitual - foi a corrida da hora masculina, 'pensada' para Mo Farah chegar a mais um recorde do mundo. Assim foi e o lendário fundista parou com 21,330 quilómetros feitos, sensivelmente o que se percorre numa meia-maratona.
Aos 37 anos, Farah voltou à pista, depois de três anos dedicados à corrida em estrada, e não poderia ter sido melhor o regresso, já que acrescentou mais de 300 metros ao anterior recorde, do lendário etíope Haile Gebreselassie (21,285 quilómetros, em 2007).
Farah, que é quadruplo campeão olímpico de 5.000 metros e 10.000 metros, em 2012 e 2016, já havia anunciado a intenção de conseguir este recorde há alguns meses.
A organização de Bruxelas fez tudo para lhe agradar, com três lebres para lançar a corrida até aos 10.000 metros e o belga Bashir Abdi em prova.
Abdi, segundo europeu mais rápido na maratona, é companheiro de treinos de Farah e hoje revelou-se um aliado precioso, só descolando nos últimos minutos.
Motivado, Farah admite treinar-se para os 10.000 metros dos Jogos Olímpicos de Tóquio, adiados para 2021 devido à pandemia de covid-19.
Mais cedo, a holandesa Sifan Hassan já tinha batido o recorde mundial da hora feminino, ao percorrer 18,930 quilómetros.
A fundista holandesa de origem etíope retira assim da lista de recordes a prova corrida pela etíope Dire Tune Arissi em 2008, e que terminou com 18,517 quilómetros.
Tal como na corrida masculina, a organização 'caprichou' na contratação de lebres de valia (sobretudo a queniana Sheila Chelangat) e uma atleta para acompanhar Sifan Hassan até ao fim, neste caso a queniana Brigid Kosgei.
Sucesso total na hora, mas não nos 1.000 metros femininos, onde também se procurava recorde do mundo, mas aí a queniana Faith Kypiegon não teve forças para lá chegar.
Na vara masculina, o sueco Armand Duplantis venceu, como se esperava, e mandou subir a fasquia para 6,15 metros - mais uma vez sem sucesso, pelo que o recorde ao ar livre continua nos 6,14 metros.
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