O renovado recorde da maratona do Porto, de 2:08.58 horas, fixado hoje pelo queniano Zablon Chumba, sete segundos abaixo do máximo alcançado pelo ugandês Robert Chemonges em 2018, retribuiu a aposta da prova na elite africana.
Perante um reputado lote de oito quenianos e três etíopes, o atleta, de 30 anos, impôs-se nos quilómetros finais da chegada à Avenida do Parque, junto ao Parque da Cidade, e melhorou a marca pessoal, de 2:10.38 horas, obtida em outubro de 2019, em Toulouse.
O recorde absoluto na maratona do Porto significará um prémio de 3.000 euros para Zablon Chumba, que recuperou a hegemonia do Quénia, país de 14 dos 17 vencedores na história da competição, quatro anos depois do triunfo do compatriota Jackson Limo.
O sucessor do etíope Deso Gelmisa, vencedor da última edição presencial da maratona do Porto, em 2019, que ficara a três segundos da marca de Chemonges, vai arrecadar ainda 5.000 euros pela vitória e 2.500 pelo tempo inferior a duas horas e nove minutos.
Na segunda posição ficou o queniano Bernard Kiprotich, também com um novo recorde individual, de 2:09.42 minutos, enquanto o etíope Asnake Dubre fechou o pódio, com 2:10.14, finalizando o percurso de 42,195 quilómetros em notórias dificuldades físicas.
Carlos Costa (São Salvador do Campo), oitavo da classificação geral, com 2:22.44 horas, cotou-se como o melhor corredor português da tradicionalmente mais participada maratona nacional, tal como em 2019, logo à frente de Hélder Lopes (DCI/Trilhos Luso Bussaco), nono, com 2:33.03, e de Tozé Castro (EV Peraltafil), 10.º, com 2:33.42.
A vertente feminina preencheu o pódio com três das oito etíopes de elite, sobressaindo Kidsan Alema, de 26 anos, que melhorou o recorde pessoal, de 2:38.25 para 2:28.01 horas, secundada por Shewarge Alene Amare (2:28.16) e Motu Megersa (2:28.56).
A Etiópia dominou essa tabela pela terceira edição consecutiva e isolou-se no topo do quadro de honra da maratona do Porto, com sete triunfos, contra seis do Quénia - que colocou metade das suas quatro atletas no ‘top-10’ feminino - e quatro de Portugal.
Sem conseguir destronar a queniana Monica Jepkoech, detentora do recorde feminino desde 2017, com 2:26.58 horas, Kidsan Alema vai embolsar prémios de 5.000 euros alusivos ao triunfo e de 1.500 pelo tempo gasto inferior a duas horas e 29 minutos.
Longe da sucessora de Bontu Bekele Gada cruzou a meta a estreante Solange Jesus (Feirense), oitava colocada e melhor lusa da geral, com 2:33.21 horas, um mês e meio após ter vencido a meia-maratona do Porto, enquanto Paula Gonçalves (Hsantamariart) acabou em 10.ª, com 3:08.32, e Sandra Ferreira (Feirense Trail) foi 11.ª, com 3:09.35.
Cancelado em 2020, devido à pandemia de covid-19, o evento dispersou o percurso de 42,195 quilómetros pelas cidades de Porto e Matosinhos, já que as obras no tabuleiro inferior da Ponte D. Luís I impediram ineditamente a passagem por Vila Nova de Gaia.
Outra alteração consistiu no regresso do local de chegada à Avenida do Parque, junto ao Parque da Cidade, devido à instalação do centro de vacinação e testagem à covid-19 no Queimódromo, que, desde 2016, acolhia a meta da maratona e das provas associadas.
Além da prova ‘rainha’ do atletismo, arrancaram também junto ao Sea Life, na via do Castelo do Queijo, uma corrida solidária, este ano reduzida para 10 quilómetros, e uma caminhada de 6.000 metros, sem fins competitivos e destinada a todas as faixas etárias.
De acordo com a Runporto, as três provas reuniram cerca de 8.000 pessoas inscritas, de 57 nacionalidades, com quase 3.300 a competirem na distância olímpica, sob um plano sanitário aprovado pela Direção-Geral da Saúde (DGS) face à pandemia de covid-19.
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