Portugal compete na Turquia, no domingo, com o máximo de atletas possível, 40, um 'recorde' para as 30 edições de Campeonatos da Europa de corta-mato e em completo contraste com o que sucedeu nos últimos anos.
Em Antália, vão estar equipas completas em seniores, sub-23 e sub-20, e a estafeta mista, o que nunca tinha sucedido no atletismo luso e não se antevia, depois de anos bem abaixo daquele número - no ano passado só foram 18 e em 2022 nem um atleta em seniores.
Em 2022, parecia que era um verdadeiro 'ano zero' da especialidade para o atletismo luso, depois de mais de uma década sem resultados significativos, mas agora tudo se inverte, mesmo no arranque da direção de Domingos Castro.
A seleção é ainda responsabilidade formal do anterior diretor técnico nacional - as mudanças de treinadores nacionais só aconteceram esta semana - pelo que não é certo que a aposta 'máxima' seja mesmo para manter, nomeadamente se os resultados estiverem em linha com os mais recentes, ou seja escassez de medalhas e classificações top-10.
Depois de cinco vitórias individuais e 10 coletivas, em três décadas, Portugal tem estado irreconhecível face às seleções dos primeiros tempos, onde sobressaem os quatro títulos de Paulo Guerra, um dos quais à frente de Domingos Castro. O único triunfo feminino é de Jéssica Augusto.
Portugal tem decaído, de forma clara, no quadro global de pontos e se antes rivalizava com Espanha, agora já é quarto (e com tendência de descida), atrás de Grã-Bretanha, França e Espanha.
Mariana Machado, do Sporting de Braga, tetracampeã nacional absoluta, é a grande figura da nova geração e chega pela primeira vez, aos 24 anos, à equipa de seniores, depois de liderar, com assinaláveis resultados, as sub-20 e sub-23.
A filha da fundista olímpica Albertina Machado foi bronze uma vez em sub-20 e uma vez em sub-23. Tetracampeã nacional absoluta, não tem rival a nível nacional, mas dificilmente poderá visar a mais do que o top-10, em Antália.
Não é nada fácil chegar ao ouro, que parece talhado para a superfavorita Nadia Battocletti, a italiana da mesma geração que foi várias vezes campeã sub-23 e sub-20 e em Paris2024 foi prata nos 10.000 metros, depois da 'dobradinha' de 5.000 e 10.000 metros nos Europeus de Roma.
Battocletti parece agora mais forte do que a tricampeã, Karoline Grovdal, uma das 'joías' do meio-fundo norueguês, muito mais focada no crosse e nas provas de estrada - este ano, foi campeã europeia da meia-maratona.
Da Noruega vem também o multimedalhado Jakob Ingebrigtsen, campeão olímpico dos 5.000 metros, várias vezes campeão continental de crosse, em todos os escalões. Com ele, já se sabe, a ambição é sempre ganhar.
O italiano Yemaneberhan Crippa e o francês Alexis Miellet, campeões europeus de meia-maratona e obstáculos, também estão na partida.
Miguel Moreira, campeão nacional em título, e Etson Barros, o melhor luso em 2023, são os destaques da equipa masculina lusa.
Barros, com várias medalhas nos escalões jovens de europeus em corta-mato e obstáculos, esteve menos bem nos campeonatos nacionais este ano, onde não conseguiu defender o título e ficou com o lugar na seleção com alguma dificuldade.
- Lista dos 40 atletas Portugal para os Europeus de Antália:
Seniores masculinos: Miguel Moreira, Etson Barros, André Pereira, João Pedro Pereira, Ruben Amaral e Nuno Pereira.
Seniores femininos: Mariana Machado, Laura Taborda, Marta Pen, Neide Dias, Solange Jesus e Vanessa Carvalho.
Sub-23 masculinos: Duarte Santos, João Amaro, Pedro Amaro, João Pais, Leandro Monteiro e Ruben Pires.
Sub-23 femininos: Alexandra Canedo, Ana Silva, Beatriz Rios, Diana Fernandes, Petra Santos e Rita Figueiredo.
Sub-20 masculinos: Alexandre Lucas, André Barbosa, Manuel dos Santos, Pedro Ferreira Rodrigues, Rui Mineiro e Tiago Jorge.
Sub-20 femininos: Beatriz Azevedo, Carlota Almeida, Cátia Khvas, Lara Costa, Solange Nunes e Stela Fernandes.
Estafeta mista: José Carlos Pinto, Marta Castro, Patrícia Silva e Rodrigo Lima.
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