A polícia britânica anunciou hoje a abertura de uma investigação sobre as declarações do fundista e campeão olímpico Mo Farah, que recentemente admitiu ter chegado ilegalmente ao Reino Unido enquanto criança, e forçado a trabalho escravo.
“Estamos ao corrente das informações divulgadas pela comunicação social sobre Mo Farah”, disse a polícia de Londres, acrescentando: “Agentes especializados abriram um inquérito e estão neste momento a analisar toda a informação disponível”.
Num documentário da BBC, exibido na quarta-feira, e do qual foram divulgados excertos dois dias antes, o britânico Mo Farah, detentor de quatro títulos olímpicos, seis mundiais e quatro europeus, entre os 5.000 e os 10.000 metros, revelou ter sido traficado ilegalmente para o Reino Unido, onde foi escravo doméstico.
“Durante anos fui mantido em cativeiro. Estive anos preso”, divulgou ‘sir’ Mo Farah, na entrevista à BBC, na qual anunciou que o seu verdadeiro nome é Hussein Abdi Kahin e que não pôde ir à escola, tendo sido forçado a trabalhar para poder comer.
Aos 39 anos, Mo Farah, que sempre disse ter vindo para Inglaterra com os seus pais, desde a Somália, confessou agora que afinal veio do Djibuti, aos nove anos, com uma mulher que não conhecia, que lhe atribuiu o nome de Mo Farah e que, no Reino Unido, o obrigou a cuidar dos filhos de outra família.
Só foi autorizado a ir para a escola quando tinha cerca de 12 anos, altura em que se matriculou no sétimo ano no Feltham Community College, tendo os funcionários sido informados de que era refugiado da Somália.
Na segunda-feira, o governo britânico garantiu que não vai processar o fundista e campeão olímpico Mo Farah, condecorado pela rainha em 2017, ao qual um porta-voz do executivo chamou “herói do desporto”.
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