Tiago Pereira aproveitou hoje a ausência do campeoníssimo Pedro Pichardo para atingir o ponto mais alto da sua carreira, com a medalha de bronze no triplo salto dos mundiais de pista coberta de Glasgow, Escócia.
Aos 30 anos, o atual pentacampeão nacional, que diz ser o "melhor atleta" da sua geração, mostrou ao mundo que a sua desmedida ambição tem uma base sustentada na qualidade, apesar de uma carreira à sombra do campeão olímpico da especialidade: 17,08 no último ensaio tiraram-no hoje do ‘anonimato’ internacional.
Em 2023, Tiago já se tinha mostrado, ao entrar na luta pelas medalhas nos europeus de pista coberta com o quarto lugar, com 16,51 metros, a apenas seis centímetros da medalha de bronze, que hoje garantiu em Glasgow.
A aventura de Tiago no atletismo começou aos 10 anos, na Escola Básica Mestre Domingos Saraiva, em Algueirão, Mem-Martins, nos arredores de Lisboa, com o seu destino a encarreirar-se mais seriamente quando, em 2011, foi representar o Benfica.
Entre os bons desempenhos no salto em altura, salto em comprimento e triplo salto, destacou-se logo em 2012, quando foi campeão nacional júnior, tanto no salto em altura, como no triplo salto.
Seria ainda duas vezes campeão sub-23 no salto em altura em pista coberta, tricampeão no triplo salto no mesmo escalão em pista coberta e bicampeão ao ar livre: em 2015, tornou-se o melhor de Portugal no salto em altura em pista coberta.
Trocaria o Benfica pelo Sporting em 2018, para dar um novo impulso à carreira, depois de uma lesão que afetou o seu desempenho, e, no ano seguinte, foi campeão nacional absoluto de triplo salto ao ar livre, o primeiro título do ‘penta’, bem como no salto em altura em pisca coberta, o seu derradeiro resultado nesta especialidade.
O atleta evoluiu muito com João Ganso, que também treinou o campeão olímpico Nélson Évora, e foi tricampeão luso no triplo salto em pista coberta entre 2022 e 2024.
Em termos internacionais, representou Portugal no Europeu de seleções de 2015 nos campeonatos Ibero-americanos do ano seguinte, além de duas participações em Europeus sub-23.
Atingiu o sonho olímpico em Tóquio2020, quando foi 16.º entre 31 competidores, com a marca de 16,71: Pedro Pichardo levou o ouro com 17,98 , o chinês Zhu Yaming prata com 17,57 e Fabrice Zhango, do Burkina Faso, bronze com 17,47.
"Desde jovem, quero ser sempre o melhor. Posso ir jogar contra o Cristiano [Ronaldo] ou o Messi, mas quero ser o melhor, mesmo sabendo que eles têm uma qualidade fenomenal. Pode ser contra o Pedro Pichardo ou o Andy Díaz (...), o meu objetivo é ser campeão da Europa”, disse um dia Tiago Pereira, bem a tempo de cumprir novo sonho.
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