Os portugueses Pedro Pablo Pichardo e Tiago Luís Pereira qualificaram-se hoje para a final do triplo salto dos Campeonatos da Europa de atletismo Roma2024, ambos à primeira tentativa.

Pichardo, campeão olímpico em Tóquio2020 e europeu em Munique2022, ‘voou’ 17,48 metros na sua primeira tentativa, enquanto Pereira, bronze no Mundial ‘indoor’ Glasgow 2024, chegou aos 16,83, com a segunda e quarta marcas da qualificação.

O espanhol Jordan Díaz liderou este apuramento para a final marcada para terça-feira, às 20:55 locais (19:55 em Lisboa), com 17,52, enquanto o italiano Emmanuel Ihemeje se intrometeu entre os portugueses, com o terceiro salto, a 16,98.

“Acho que estamos todos fortes, eles são jovens e saltam muito”, reconheceu Pichardo, na zona mista do Estádio Olímpico de Roma, após assegurar a qualificação, referindo-se aos seus antigos compatriotas Jordan Díaz e Andy Díaz, este último naturalizado só poderá representar a Itália a partir de 01 de agosto, a tempo dos Jogos Olímpicos Paris2024.

Pichardo, que, tal como nos Europeus em pista coberta Istambul2023, apresentou-se de calças e boné, tinha chegado a Roma2024 atrás de Jordan Díaz, com o segundo melhor salto europeu do ano (17,51), depois de um período de afastamento da competição, por lesão e litígio com o Benfica.

“Mas correu bem, foi tranquilo. Marquei a qualificação no primeiro salto, era esse o objetivo. Não queria arriscar fazer um nulo e ter de fazer mais do que um salto, para me poupar para terça-feira. A qualificação não é para fazer grandes marcas, o objetivo é qualificar. A potência e a coragem têm de ficar para a final", reiterou Pichardo, de 30 anos.

Também à primeira tentativa, Tiago Pereira ‘saltou’ para a final.

“As últimas competições têm sido difíceis para mim, mas ontem [no sábado] e hoje, no aquecimento, já comecei a sentir-me bem e a perceber que estava com bons saltos nas pernas. Cumpri e entreguei logo no primeiro salto”, resumiu o saltador do Sporting, de 30 anos, assumindo-se “feliz, no final do dia”.

Antevendo a final, Tiago Pereira encontra “muito bons” adversários, mas não perde a ambição.

“A minha ambição é o topo, sempre o topo, o lugar mais alto, sempre. Eu vou para saltar o mais longe possível. Eu vou sempre para o melhor e ganha quem saltar mais”, vincou.

Os saltos horizontais são disputados numa plataforma colocada à altura da bancada do estádio romano e acima da pista, para estranheza dos atletas.

“É muito estranho. Eu tive de fazer algumas alterações no treino, para conseguir saltar melhor nestas condições. Para já sinto-me bem e não estou a pensar muito nisso, mas tenho de tentar o melhor”, explicou Pichardo.

Já Tiago Pereira tinha assumido que a mesma tinha uma estabilidade que, na qualificação, acabou por não verificar.

“A plataforma é matreira. Temos de apanhar bem o timing. Eu até pensava que o meu salto não era tão bom, porque parece que não pisei assim tão bem. O chão daquilo parecia mais estável, mas hoje não senti", confessou.

Os dois portugueses disputam na terça-feira a final do triplo salto, uma competição em que Portugal já conquistou dois títulos, por Nelson Évora, em Amesterdão2018, e Pichardo, em Munique2022.