Os candidatos derrotados nas eleições da Federação Portuguesa de Atletismo (FPA) para o quadriénio 2024-2028, Paulo Bernardo e Fernando Tavares, destacaram hoje a mediatização da candidatura de Domingos Castro como possível justificação para o resultado.
“Há o risco de ter havido alguma vitimização e isso ter contribuído para que o sentido de voto tenha caído para um lado. Ter uma empresa a fazer campanha também ajuda muito. Quando a fazemos com a ‘prata da casa’ e sem uma agência de comunicação a promover as nossas atividades, fica mais difícil fazer chegar a nossa mensagem a todo o lado. Eventualmente, isso teve algum peso na decisão dos associados”, frisou à Lusa Paulo Bernardo, vice-presidente nas direções de Jorge Vieira, que cumpriu o terceiro e último mandato.
Domingos Castro obteve 39 votos, equivalente a 60,9%, ao passo que Paulo Bernardo ficou em segundo, com 21,9%, e Fernando Tavares, também ele vice-presidente do executivo que ainda está em funções, teve 10,9%, com quatro votos em branco (6,2%).
“A nossa expectativa era ganhar. Não temos dúvidas de que temos o melhor projeto e a melhor equipa. As promessas foram mais fortes, contaram mais e, por isso, estarei a assistir ao que vai acontecer”, expressou Paulo Bernardo, antigo recordista nacional do lançamento do disco, que vai ajudar na transição.
Já Fernando Tavares também revelou à Lusa que não logrou o resultado pretendido e fez um balanço positivo da sua passagem na FPA, considerando que o atletismo “está muito melhor” e endereçando votos para que assim permaneça nesta nova fase.
“Os associados escolheram o candidato Domingos Castro, a quem desejo felicidades. Há um trabalho muito importante a fazer e é fundamental que a modalidade seja a mais importante no nosso país. As pessoas, pelos vistos, acreditam num projeto ainda pouco esclarecido e com uma força mediática muito elevada. Decidiram escolher este candidato e agradeço a quem acreditou no nosso projeto e votou em nós”, salientou.
Domingos Castro apresenta Joaquim Santos, Paulo Guerra, Rui Ferreira, Sara Moreira e Sérgio Guedes como vice-presidentes, tendo Carlos Paula Cardoso como presidente da Mesa da Assembleia Geral. José Carvalho preside o Conselho Fiscal, Francisco Coimbra o Conselho de Justiça, Paulo Duarte o Conselho de Disciplina e João Coelho o Conselho de Arbitragem.
A lista B, de Domingos Castro, que concorreu à FPA sob o mote ‘Movimento de mudança', recolheu 64,1% dos votos na Mesa da Assembleia-Geral, 62,5% no Conselho de Justiça, 64% no Conselho Fiscal, 62,5% no Conselho de Disciplina e 56,2% no Conselho de Arbitragem, vencendo na votação de todos os órgãos sociais.
O ato eleitoral hoje ocorrido esteve inicialmente marcado para 12 de outubro, tendo sido adiado devido a um incidente que quase deixou Domingos Castro de fora, por não ter suprido atempadamente as irregularidades detetadas na lista B, nomeadamente a apresentação dos documentos de identificação, tendo reentrado na 'corrida' graças a uma providência cautelar indeferida, mas que abria a porta à anulação do ato eleitoral.
Jorge Vieira cumpriu o seu terceiro e último mandato, após ter derrotado por duas vezes António de Carvalho Nobre, em 2016 – 31 votos contra 27 – e em 2020 - 34 contra 25 –, e Leonel Carvalho, em 2012 – 40 contra 19 –, quando sucedeu a Fernando Mota, que presidiu à direção da FPA durante 20 anos.
Votam nas eleições para a FPA 65 delegados – 44 em representação das associações regionais (dois por cada), cinco dos atletas, cinco dos treinadores e outros tantos dos juízes, três dos atletas veteranos, dois dos organizadores de provas e um da Associação de Trail Running de Portugal.
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