Patrícia Mamona arrebatou hoje o bronze no triplo salto nos Campeonatos da Europa de atletismo ‘indoor’, em Istambul, na Turquia, conquistando a medalha que lhe faltava, sem conseguir defender o título numa final que disputou lesionada.
“Tenho de estar feliz porque, até hoje, não sabia se vinha competir. Infelizmente, lesionei-me ontem [na sexta-feira] na qualificação. Não tinha dito para não alarmar. Agora estou com muitas dores, mas foi no adutor e agora estou a sentir o joelho, o que é normal, mas eu lutei até ao fim”, partilhou a vice-campeã olímpica.
Mesmo lesionada, Mamona, de 34 anos, saltou 14,16 metros na primeira tentativa, mais sete centímetros do que na véspera, na qualificação, mas não voltou a conseguir superar os 14 metros, assegurando a sua terceira medalha em Europeus em pista coberta, depois do ouro em Torun2021 e da prata em Belgrado2017.
“Era a medalha que faltava, já foi um primeiro, já foi um segundo e tenho de estar contente com o bronze. Espero que não seja nada de grave, porque vem aí o verão e os Mundiais”, referiu a atleta do Sporting, que, mesmo assim, cumpriu os seis saltos da final, com 13,98, dois nulos, 13,90 e 13,41 a finalizar.
Patrícia Mamona foi batida por Tugba Danismaz, que assegurou a primeira medalha para a anfitriã Turquia nos seus Campeonatos da Europa, com os 14,31 metros do seu recorde nacional, mais 11 centímetros do que a italiana Dariya Derkach, terceira classificada, com 14,20.
“Sinceramente, até fiquei feliz por ter sido a turca a ganhar, porque a Turquia tem passado por dias tão tristes. Acho que foi uma ‘prenda’, que a turca deu à Turquia e aos turcos. Obviamente, tenho de lhe dar os parabéns, porque foi a que saltou mais”, sublinhou a portuguesa, que assegurou sentir-se mais competitiva com público, mesmo que seja uma claque ‘hostil’, o que nem foi o caso.
Já nos Mundiais ao ar livre de Oregon2022, nos Estados Unidos, e, depois, nos Europeus, em Munique, na Alemanha, Mamona tinha estado condicionada por lesões, sem nunca ter desistido.
“Estava muito indecisa, mas, no aquecimento, decidi que podia competir e lutar pelas medalhas e pelo primeiro lugar. No segundo salto senti outra vez e foi mais gerir a competição. Acho que tenho de estar feliz, queria lutar por mais mas podia não estar aqui, tenho de agradecer à equipa médica que fez um trabalho espetacular, mais uma vez”, afirmou.
Apesar do recear ter agravado a lesão, Mamona voltou a tentar manter os ‘trunfos’: “É daquelas coisas que não quero dar às minhas adversárias e, quando vou para a luta, tenho de assumir a 100% e foi o que eu fiz”.
Danismaz, que já tinha igualado os 14,09 de Mamona na qualificação, com o primeiro lugar devido ao nulo no segundo ensaio da portuguesa, voltou a levar a melhor e a assegurar a primeira medalha para a seleção da casa.
“Era o dia dela e não era o meu. E também não tive muita sorte com a tábua, porque tinha de arriscar nos primeiros saltos e, infelizmente, foram muito atrás. Tenho de estar feliz por esta jornada toda, são os meus sextos campeonatos da Europa, não sei se venho a mais algum, não me quero estar a despedir, mas os próximos são só em 2025 [em Apeldoorn, nos Países Baixos]… Não sei se lá estarei e saio daqui feliz com uma medalha”, assegurou, prometendo continuar a lutar “enquanto tiver energia e o equipamento de Portugal ao peito”.
Apesar de ter ficado longe dos 14,51 metros da sua melhor marca europeia do ano e do seu recorde nacional, de 14,53, que lhe valeram o cetro europeu há dois anos, a medalha de bronze de Mamona aumenta para três os ‘metais’ conquistados por Portugal em Istambul2023, igualando o total de Torun2021, com três ouros, e de Valência1998, com um ouro e duas pratas.
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