A primeira final dos Mundiais de atletismo, hoje, no estádio olímpico de Londres, é a dos 10.000 metros masculinos, a finalizar o programa, e tudo está preparado para vitoriar Mo Farah, o campeão da casa.
Duas vezes campeão olímpico e duas vezes campeão do Mundo, Farah anunciou que encerra a carreira esta época, aos 34 anos, e despede-se das grandes competições no estádio em que se sagrou pela primeira vez campeão olímpico.
De origem somali, o britânico tem mantido 'em sentido' nestes últimos cinco anos as sucessivas 'armadas' da Etiópia e Quénia e ainda os representantes dos Estados Unidos, país que aposta cada vez mais em africanos naturalizados.
Serão 25 na linha de partida, depois da desistência de última hora do norte-americano Galen Rupp, o vice-campeão olímpico de 2012. Não haverá, pela primeira vez, europeus de origem, já que o turco Polat Arikan também nasceu em África, no Quénia.
Numa corrida em que todo o estádio estará por Farah, o campeão terá na pista todos contra ele e por certo enfrentará as movimentações táticas da Etiópia (de Abadi Hadis, o líder do ano) e do Quénia (de Geoffrey Kamworor e Paul Tanui, prata no Mundial de há dois anos e no Rio2016, respetivamente).
O dia marca também a entrada em cena do outro grande nome do atletismo masculino da atualidade, Usain Bolt, que corre as eliminatórias de 100 metros, prova que tem as meias-finais e finais agendadas para sábado.
Para o campeoníssimo jamaicano, bem como para os seus maiores rivais, esta ronda será certamente muito acessível, já a pensar nos grandes embates do dia seguinte.
Um português estará na linha de partida, David Lima, e com justificadas ambições de chegar às meias-finais, atendendo à magnífica época que tem feito, baixando o recorde pessoal para 10,05 segundos.
Melhor, em termos de portugueses, só Francis Obikwelu, que na final olímpica de Atenas2004 fixou o recorde europeu em 9,86 segundos.
Agora em Londres, Lima tem a 15.ª marca entre os inscritos, o que deixa margem para acreditar que garantir o direito a correr entre os melhores no dia seguinte não é 'miragem'.
Mais difícil é o trabalho pedido a Marta Pen Freitas, numa das eliminatórias de 1.500 metros.
Em cada uma das três séries passam para a ronda seguinte as seis mais rápidas, havendo mais seis repescadas, para perfazer o total de 24.
Na série de Marta Pen, a segunda, a portuguesa é a 10.ª mais rápida (4.05,71), pelo que o seu objetivo parece ser lutar por um bom lugar que ainda lhe permita a repescagem por tempos.
Destaque para as duas 'sub 4.00', a etíope Gudaf Tsegay, de 20 anos (3.59,55), e a holandesa Sifan Hassan (3.56,05), bronze há dois anos.
04 agosto (sexta-feira):
Provas com portugueses:
19:35, 1.500 metros (F), eliminatórias, com Marta Pen Freitas
20:20, 100 metros (M), eliminatórias, com David Lima
Finais do dia -
21:20, 10.000 metros (M)
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