Portugal vai procurar surpreender e alcançar um pódio nos Mundiais de atletismo em pista coberta, que vão ser disputados entre sexta-feira e domingo, em Glasgow, mesmo sem os consagrados Pedro Pichardo, Patrícia Mamona e Auriol Dongmo.
A seleção portuguesa apresenta-se na Emirates Arena, em Glasgow, com 17 atletas, numa comitiva inflacionada com os sete elementos exclusivos das estafetas 4x400 metros, sem que isso desanime o chefe da delegação lusa.
“A Federação Portuguesa de Atletismo (FPA) vai para estes Mundiais sempre com a expectativa da superação desportiva dos seus atletas. O objetivo é sempre esse. Temos a certeza de que é para isso que trabalham diariamente, para se superarem, principalmente nestes grandes palcos”, disse à Lusa o ‘team leader’ nacional, Luís Pereira.
O campeão olímpico do triplo salto, ‘vice’ mundial em pista coberta em Belgrado2022 e campeão europeu em 2021 e 2023, Pedro Pichardo, que ainda não competiu este ano, a prata olímpica Patrícia Mamona e ouro europeu em pista coberta em 2021, bem como Auriol Dongmo, campeã mundial há dois anos e europeia em 2021, ambas a recuperar de lesão, são as relevantes ausências da comitiva lusa.
“Como é obvio, toda e qualquer equipa quer sempre fazer-se acompanhar dos seus melhores talentos. Temos muitos e bons, mas é facto que temos a ausência de três medalhados em grandes competições. Mas temos de encarar esta ausência como a possibilidade de estarem a recuperar e preparar da melhor forma possível para os grandes eventos do verão, como os campeonatos da Europa ao ar livre e os Jogos Olímpicos”, avaliou.
Segundo o responsável, as maiores esperanças de um pódio português na Escócia estão focadas, assim, em Isaac Nader nos 1.500 metros, contudo Jessica Inchude, no lançamento de peso, e Tiago Luís Pereira, no triplo salto, também entram no lote dos que podem fazer os adeptos nacionais sonhar.
O dirigente da FPA destaca as “grandes prestações” internacionais regulares de parte de Isaac Nader, um competidor que “tem provado que consegue superar-se sempre”: “Não descuro a possibilidade de fazer mais um brilharete e eventualmente poder atingir o pódio”.
“A Jessica também tem estado em crescendo de forma e estando em final direta pode sair um lançamento acima do que já conseguiu e a partir daí tudo é possível… em termos de pódio. O próprio Tiago vai-se aproximando. Já esteve próximo em competições internacionais, quem sabe se não é desta vez o dia dele? Estes são os mais bem posicionados” para poder chegar às medalhas.
Ainda assim, caso a comitiva não consiga qualquer medalha, o dirigente entende que isso “não se pode considerar frustração”, recordando o atual “nível” do atletismo internacional.
“Se todos os atletas se superarem e mesmo assim não se conseguir um pódio temos de encarar isso como todos foram fazer melhor que já fizeram, mas podemos ter de lidar com igual superação dos seus adversários e serem melhores do que os nossos”, concluiu.
A 19.ª edição dos Campeonatos do Mundo de atletismo em pista coberta vai ser disputada entre sexta-feira e domingo, em Glasgow.
Portugal conta 15 medalhas conquistadas em Mundiais ‘indoor’, cinco delas de ouro, entre as quais a de Auriol Dongmo arrebatada em Belgrado, em 2022, quando Pedro Pichardo alcançou a prata.
Lista dos convocados:
- Masculinos:
Duarte Fernandes (Sporting), 4x400 metros
Ericsson Tavares (Benfica), 4x400 metros
Isaac Nader (Benfica), 1.500 metros
João Coelho (Sporting), 400 e 4x400 metros
Omar Elkhatib (Sporting), 400 e 4x400 metros
Ricardo dos Santos (Benfica), 4x400 metros
Tiago Luís Pereira (Sporting), triplo salto
- Femininos:
Carina Vanessa (Sporting), 4x400 metros
Cátia Azevedo (Sporting), 400 e 4x400 metros
Eliana Bandeira (Benfica), lançamento do peso
Fatoumata Diallo (Benfica), 4x400 metros
Jessica Inchude (Sporting), lançamento do peso
Juliana Guerreiro (Sporting), 4x400 metros
Lorene Bazolo (Sporting), 60 metros
Rosalina Santos (Sporting), 60 metros
Salomé Afonso (individual), 1.500 metros
Vera Barbosa (Sporting), 4x400 metros
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