O português Leandro Ramos admitiu hoje sair frustrado do concurso do lançamento do dardo dos Campeonatos do Mundo de atletismo, em Budapeste, com a marca de 74,03 metros, a 15.ª no Grupo A da qualificação.
Na sua segunda participação em Mundiais, o lançador do Benfica esperava a presença na final, para os 12 primeiros dos dois grupos ou quem superasse 83 metros.
“Este ano saio ainda mais frustrado. No ano passado, foi o meu primeiro Mundial, este ano já era o segundo, sentia-me melhor, estava mais bem preparado. Há atletas mais experientes que me dizem que é assim: uns dias estamos em altas e outras cá em baixo. E, quando se está em baixo, é que se dá valor ao chegar lá acima”, afirmou.
Leandro Ramos, de 22 anos, foi 22.º em Oregon2022, com 77,34 metros, na estreia de sempre de Portugal na disciplina em Mundiais, já depois de ter conseguido o recorde nacional de 84,78, em maio do ano passado.
“Eu esperava estar na final, no ano passado não me consegui qualificar. Este ano pensava que ia conseguir, porque me estou a sentir bem, porque sinto que posso lançar acima dos 80 metros e o meu treinador diz que eu posso lançar para recorde pessoal, mas as coisas não têm surgido. Tenho cometido alguns erros tecnicamente, daí não terem saído esses metros”, explicou.
O atleta natural de Oliveira do Bairro assegurou estar no seu pico de forma, pelo que pretende continuar a competir até meio de setembro, para lutar pela estreia olímpica lusa no lançamento do dardo.
“Este Mundial pode despertar alguma coisa em mim, para fazer uma coisa grandiosa, como a marca de qualificação direta para os Jogos Olímpicos Paris2024 [fixada em 85,50 metros]. Penso que sou capaz disso ainda este ano, só tenho de encontrar as provas certas”, avisou.
No Centro Nacional de Atletismo, na capital húngara, Leandro Ramos, o único português em prova no sétimo dia dos Mundiais, começou com um arremesso a 66,02, melhorou para a marca final de 74,03 e encerrou a participação com 73,55.
“Não tem nada a ver com o que pretendia. Eu estava física e psicologicamente bem, tenho batido recordes pessoais no treino. Tenho feito tudo muito bem, não aconteceu por algum motivo, não sei qual. Se calhar, o stress de saber que estou bem, às vezes, pode mudar um bocadinho a técnica e a minha forma de estar em competição. Mas, é o que é, e para o ano vamos estar cá”, sublinhou.
Neeraj Chopra, primeiro indiano campeão olímpico no atletismo, em Tóquio2020, vice-campeão do mundo, foi o único lançador do Grupo A a superar os 83 metros da qualificação direta para a final, marcada para domingo, às 20:15 locais (19:15 em Lisboa), com 88,77.
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