Gracelino Barbosa, tricampeão do mundo no Mundial de atletismo para pessoas com deficiência, desembarcou na noite desta segunda-feira no Aeroporto da Praia, “com grande emoção”, mas diz esperar uma outra atenção das autoridades cabo-verdianas por ser tempo de motivar os campeões para sentirem que estão com Cabo Verde.
Medalha de ouro nas disciplinas dos 100 metros livres, 110 metros barreiras e 400 metros barreiras, conquistadas no campeonato do Mundo de Atletismo para pessoas com deficiência, o atleta natural de Colhe Bicho, Tarrafal de Santiago, mas a residir em Portugal, disse que se sentiu sozinho no Mundial, mas que jogou forte psicologicamente com o “espírito de campeão, de vencedor e de lutador”.
“Fui representar Cabo Verde, esta nação, representar a minha família, meus amigos, a minha gente e a medalha só faz sentido se vier mostrar estes três ouros conquistados na Tailândia à minha terra. E espero que estas medalhas sirvam de motivação para os jovens e para toda a gente”, enfatiza Gracelino, para quem “há que lutar para conseguir os nossos objetivos”.
Considerado melhor Atleta Masculino neste Mundial de Tailândia para atletas paralímpicos, Gracelino Barbosa mostrou-se entusiasmado, logo à sua chegada ao Aeroporto da Praia, onde era esperado por uma multidão eufórica, “pela primeira receção tão grande que já recebi”, alegando ser motivo de muita alegria “que até me faz tremer”.
Ainda assim, disse estar “muito feliz por ter o povo comigo”, sustentando ser este o motivo para ter mais forças para querer lutar para continuar a trazer para Cabo Verde mais alegrias e unir as pessoas, por entender que “o Desporto é a união”.
Disse que não consegue explicar como foi possível buscar forças para conquistar três títulos mundiais num espaço de três dias, com o agravante de ter chegado à Tailândia em véspera da competição para dormir apenas duas horas por causa de fusos horários e logo vencer a sua primeira medalha de ouro na prova dos 100 metros.
“A partir daí, foi uma sequência de vitórias e de alegria. Acredito que foi uma mistura de sorte e de muito trabalho e só tenho de agradecer a Deus por isto”, afirma Gracelino Barbosa, sublinhando estar optimista em como doravante “tudo vai mudar para melhor e que melhores dias virão” para continuar a fazer o que, assevera, mais gosta.
O atleta foi recebido no Aeroporto Internacional da Praia por uma multidão, de entre o director-geral dos Desportos, Anildo Santos, o presidente da Câmara Municipal do Tarrafal de Santiago, José Pedro Soares e seu vereador pelo desporto, representantes do Comité Paralímpico de Cabo Verde e do Comité Olímpico Cabo-verdiano, pelos atletas paralímpicos de entre várias outras figuras.
Gracelino Barbosa vai ser homenageado esta terça-feira no Centro Cultural do Tarrafal pela autarquia tarrafalense.
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