Portugal concluiu hoje a melhor participação de sempre em Europeus de atletismo ‘indoor’, em Istambul, na Turquia, onde igualou as três medalhas Torun2021 e de Valência1998, mas superou o número de finalistas, apesar das escassas condições materiais.
“A estatística diz que esta é a melhor competição, sejam quais forem os índices de avaliação: foi a maior delegação, com 22 atletas, nove finalistas e 41 pontos”, atestou o Diretor Técnico Nacional da Federação Portuguesa de Atletismo, José Santos, em declarações à agência Lusa.
Os anteriores máximos lusos nas anteriores 36 edições de Campeonatos da Europa em pista coberta eram os 18 atletas presentes em Viena2002, os 33 pontos conquistados em Torun2021, com 16 atletas, e os sete finalistas em Valência1998, com 11.
A seleção portuguesa sai de Istambul2023 com três medalhas, as de ouro de Pedro Pablo Pichardo, no triplo salto, e Auriol Dongmo, no lançamento do peso, e a de bronze de Patrícia Mamona, também no triplo. A contabilização dos pontos atribui oito ao campeão, sete ao segundo classificado e assim respetivamente até o oitavo receber um ponto.
As posições de finalista correspondem a qualificações para as finais ou classificações até ao oitavo lugar, contando, para esta ponderação, os quartos lugares de Jessica Inchude e Tiago Pereira, no peso e no triplo, respetivamente, o quinto lugar de Arialis Martínez, nos 60 metros, o sexto de Marta Pen, nos 1.500, e os oitavos de Evelise Veiga, no comprimento, e pelo semifinalista João Coelho, nos 400, cuja corrida decisiva é disputada apenas por seis atletas.
“Tivemos dois quartos lugares. Um [Tiago Pereira] ficou a seis centímetros e outro [Jessica Inchude] a nove. Podíamos estar aqui a falar de cinco medalhas ou até mais, porque tivemos os restantes finalistas, acho que foi um bom resultado, entre as grandes potências da Europa. Temos de ter orgulho no nosso país, em toda a representação, e não se contem só as medalhas”, afirmou.
Mesmo assim, José Santos não escondeu o contentamento com o desfecho e a sexta posição no medalheiro de Istambul2023, entre os 47 presentes, apenas atrás da Noruega, com quatro ouros e uma prata, dos Países Baixos, da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte, da Itália e da Bélgica.
“Estou muito satisfeito, é o fruto do trabalho de todos, dos atletas, dos treinadores, dos clubes, da federação e do Comité Olímpico de Portugal, foi a melhor participação de sempre do nosso atletismo em Europeus em pista coberta, apesar de não sermos dos países com melhores condições em pista coberta”, advertiu José Santos.
O responsável técnico nacional recordou a inexistência de uma pista ‘indoor’ na capital portuguesa.
“É um recado que mando, Lisboa é das poucas capitais da Europa que não tem uma pista coberta. O país deve pensar e repensar como é que isto acontece com tão poucas condições. A única pista completa que o país tem, em Espinho e com o nome de António Leitão, está armazenada, sem que a possamos utilizar há uma década. Foi usada uns anos, em Braga, por empréstimo, mas não a conseguimos utilizar”, lamentou o responsável.
Apesar destas limitações, José Santos não quis deixar de fora quem contribui para a temporada de inverno: “É uma pena não haver planeamento nenhum nesse sentido. Resta-me agradecer à Câmara Municipal de Pombal, que nos permite ter a única pista em utilização para os nossos campeonatos, e à de Braga, onde há uma um pouco mais limitada”.
Comentários