Pedro Pablo Pichardo, campeão europeu e olímpico em título do triplo salto, e Isaac Nader, nos 1.500 metros, são as principais esperanças portuguesas para a conquista de medalhas nos Campeonatos da Europa de atletismo Roma2024.
Entre sexta-feira e 12 de junho, Portugal apresenta-se com um número recorde de 50 convocados para a competição continental, na antecâmara dos Jogos Olímpicos Paris2024, numa delegação ‘engrossada’ com os 17 elementos das estafetas 4x100 metros e 4x400 metros masculinas e femininas e oito da meia maratona.
Apesar do litígio com o Benfica, Pichardo apresenta-se na capital italiana com a marca de 17,51 que lhe dá o terceiro melhor salto europeu do ano, atrás dos também ex-compatriotas cubanos Andy Díaz e Jordan Díaz, que o superaram, com ‘voos’ de 17,61 e 17,55.
No entanto, no Estádio Olímpico de Roma, o português vai apenas deparar-se com o espanhol Jordan Díaz, uma vez que Andy Díaz só poderá representar a Itália a partir de 01 de agosto, a tempo dos Jogos Olímpicos Paris2024.
Tiago Luís Pereira é o quarto entre os inscritos em Roma2024, com os 17,08 que lhe valeram a medalha de bronze nos Mundiais ‘indoor’ de Glasgow, no início do ano.
As ambições no triplo salto ficam reduzidas ao setor masculino face à ausência de Patrícia Mamona, vice-campeã olímpica e vencedora do título continental em Amesterdão2016, devido a problemas físicos.
Também Auriol Dongmo, prata em Munique2022, vai falhar a competição do lançamento do peso, por estar a recuperar de uma fratura numa perna, que a pode afastar de Paris2024, emergindo, no disco, Irina Rodrigues, que, com os 66,60 metros do recorde nacional alcançado em março, detém a segunda melhor marca europeia do ano, apenas superada pela alemã Marike Steinacker (67,31).
Ainda no peso, Jessica Inchude apresenta-se com a quinta melhor marca do ano entre as europeias.
Isaac Nader é um dos potenciais candidatos ao pódio nos 1.500 metros, depois de ter corrido a distância em 3.30,84 minutos, aproximando-se ainda mais do recorde nacional de Rui Silva, de 3.30,07, que remonta a 19 de julho de 2002.
O meio-fundista do Benfica detém o terceiro melhor registo europeu do ano, atrás do norueguês Jakob Ingebrigtsen e do francês Azeddine Habz, que esteve na iminência de falhar os Europeus devido a um erro burocrático da federação nacional, tal como Simon Bédard, especialista nos 10.000 metros.
Na estrada, mas a acabar na pista, vai ser encontrada a sucessora de Sara Moreira na meia maratona – distância que só se disputa com Europeus em anos olímpicos –, numa prova em que Portugal apresenta oito atletas, quatro masculinos e quatro femininos.
Com marcas promissoras nos saltos chegam ainda Pedro Buaró, na vara, com o sexto salto europeu do ano, a mesma posição da estreante com as cores lusas Agate Sousa, no comprimento, enquanto, nesta mesma especialidade, Gerson Baldé apresenta-se como o oitavo desta hierarquia.
Apesar de não ter grandes marcas em 2024, João Coelho é o sexto mais rápido entre presentes nos 400 metros, garantindo-lhe o acesso direto às semifinais, ao contrário de Omar Elkhatib, que chega com o 13.º tempo do ano.
Com três representantes na competição feminina dos 20 quilómetros marcha, apesar da ausência de Ana Cabecinha, que acabou de ser mãe, sem o ‘eterno’ João Vieira, recordista luso de presenças em Europeus, com sete, Portugal falha a prova masculina.
Em sentido contrário, destaca-se a presença inédita nas quatro estafetas tradicionais (4x100 metros e 4x400 metros, em masculinos e femininos) e para o regresso ao lançamento do disco masculino, com Emanuel Sousa, 70 anos depois da última presença lusa com Manuel da Silva, em 1954.
A meia maratona de Roma2024 corresponde também à Taça da Europa da distância, tal como ocorreu em Amesterdão2016, quando Portugal venceu a competição coletiva feminina, graças ao triunfo individual de Sara Moreira, ao terceiro lugar de Jessica Augusto e ao 12.º lugar de Dulce Félix.
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