O Maratona Clube de Portugal vai promover sete corridas virtuais gratuitas, de várias distâncias, entre 22 de maio e 05 de julho, para promover a atividade física, na impossibilidade de realizar provas de estrada devido à pandemia de COVID-19.
“Perante a situação atual, que não permite a realização de prova de estrada, o Maratona pretende manter a vida ativa e o estilo de vida saudável e, com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa e dos nossos parceiros, avançámos com estas provas virtuais, completamente gratuitas, porque achamos que temos esta responsabilidade para com a comunidade”, afirmou Carlos Moia, presidente do Maratona.
Em videoconferência de imprensa, o organizador da Meia Maratona e da Maratona de Lisboa disse que pretende “aproveitar a vontade de correr e a disponibilidade das pessoas para, além de promover a atividade física, motivar as pessoas a estarem ativas” nestas corridas, sem caráter competitivo.
A distância das provas virtuais pode ser concluída em um só dia ou em etapas, em cada um dos três dias da calendarização, que contempla quatro corridas de 10 quilómetros (22 a 24 de maio, 05 a 07 de junho, 19 a 21 de junho e 03 a 05 julho) e três de cinco (29 a 31 de maio, 12 a 14 de junho e 26 a 28 de junho).
“São sete provas, uma por semana, com distâncias entre cinco e 10 quilómetros, durante o período de três dias, que podem ser cumpridas em território português, mas também no estrangeiro, em ambos os casos respeitando as indicações dos responsáveis sanitários locais”, advertiu Carlos Moia.
O organizador das corridas mais concorridas da capital portuguesa reconheceu que esta iniciativa foi recebida com agrado pelos habituais patrocinadores, por conferir algum retorno ao setor numa altura em que está parado, reconhecendo a preferência dos habituais participantes pelas corridas reais.
“Estas corridas podem coexistir com as de estrada, mas, se houver corridas, acho que as pessoas preferem fazer as corridas reais”, admitiu o presidente do Maratona, que adiou a Meia Maratona de Lisboa para 09 de maio de 2021 e a Maratona, cuja meia maratona simultânea começa na Ponte Vasco da Gama, para 17 de outubro de 2021.
Sem quantificar, Carlos Moia assumiu prejuízos com estes adiamentos, realçando a perda de cerca de 50 milhões de euros, como retorno direto e indireto, para a cidade de Lisboa, apesar de ter deixado em aberto a realização do Grande Prémio do Natal, em 13 de dezembro deste ano.
Segundo o responsável, estes adiamentos foram compreendidos pela maioria dos atletas, incluindo a “superelite, que estava preparada para o 30.º aniversário da Meia Maratona, e que vai estar na partida em 2021”.
“Dificilmente haverá provas de milhares de pessoas enquanto não houver um tratamento ou uma vacina, enfim, enquanto não houver confiança. Mas, talvez seja possível realizar pequenas provas, com uma centena de pessoas, com blocos de partida para 10 atletas, zonas de abastecimento longuíssimo, para não haver aglomerados, e uma entrega de máscara perto da meta. É uma ideia para que a atividade não pare, mas nunca com milhares de pessoas”, frisou.
A adesão às provas também pode sentir as repercussões da pandemia, não só pelo receio dos atletas do pelotão portugueses, mas também pelas restrições nas viagens de outros países, reconheceu Moia, recordando que para a meia maratona, que parte da Ponte 25 de Abril, estavam 8.000 estrangeiros inscritos.
Por isso, até lá, o Maratona vai promover estas corridas virtuais gratuitas, admitindo, consoante a adesão, reeditá-las no outono, eventualmente com outras distâncias, como uma meia maratona ou uma maratona.
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