Pedro Costa, residente no Porto e licenciado em Educação Física, começa, esta terça-feira, a percorrer a costa portuguesa. Trata-se de um projeto “pessoal e social” que servirá para angariar fundos a favor do Instituto Português de Oncologia (IPO).
O jovem de 23 anos vai correr durante 13 dias e a partida começa em Caminha, no distrito de Viana do Castelo, a 22 de agosto, e a chegada para 03 de setembro, a Vila Real de Santo António, no distrito de Faro.
A cada dia, Pedro Nuno Costa deverá percorrer uma média de 81 quilómetros (km), ou seja, a distância de quase duas maratonas, num total de 1.054 km.
Prevê-se que a etapa mais curta (67 km) seja entre S. Pedro de Moel e Peniche, enquanto o troço mais longo entre Setúbal e Porto Covo (mais de 95 km).
"Este desafio surgiu numa altura da minha vida de retorno à normalidade. Depois de ter sido submetido a uma cirurgia em novembro do ano passado, deparei-me com um vídeo de um australiano que fez 800 quilómetros a correr em apenas 8 dias para angariar fundos para as vítimas do tsunami de 2004 e pensei fazer algo semelhante aqui em Portugal. A decisão do trajeto foi quase imediata e a associação com o IPO Porto também, essencialmente pela ligação que tenho com a instituição", começou por dizer Pedro Nuno Costa, em declarações ao SAPO Desporto.
Sobre a escolha do IPO do Porto, em causa está uma ligação afetiva e familiar, porque esta é uma instituição que “fez muito” pela família do jovem atleta.
"Tentando separar em duas partes, o projeto é muito importante para mim, por um lado, para voltar à prática desportiva que sempre me caracterizou e que foi abalada por três lesões e cirurgias nos últimos três anos. Por outro lado, a associação com o IPO Porto oferece uma dimensão humana ao projeto que faz todo o sentido e que, para mim, encaixa muito bem com a iniciativa. A escolha por esta associação foi-me natural pelo papel que o IPO Porto teve no tratamento e acompanhamento de alguns familiares ao longo dos últimos anos e, por isso, pretendo tentar retribuir essa atenção e cuidado que têm com todos os doentes que passam pelas suas instalações", referiu.
Pedro Costa parte para este desafio com pouca experiência em maratonas, tendo em 2019 completado a Meia Maratona do Porto, "mas sem grande preparação própria para a prova."
Para as 13 etapas a que se propõe, a correr oito a nove horas por dia, sempre a começar às 05h00 para evitar grandes temperaturas, Pedro Nuno Costa vai contar com o apoio de muita gente, desde ajuda médica e social.
"Durante a corrida, terei sempre uma equipa de voluntários a acompanhar-me e que se encontrarão comigo de tempo a tempo para me alimentar e, por vezes, trocar de equipamentos. Para além disso, tenho desde já uma equipa médica e técnica multidisplinar que desde o início da preparação me tem ajudado a estar o melhor preparado possível na partida em Caminha. Essa equipa é constituída por: Lino Barruncho (treinador), Dra. Marta Massada (médica), Dr. Luís Silva (nutricionista), Dr. Jorge Ascensão (psicólogo), João Simões (fisioterapeuta) e Pedro Monteiro (massagista). Por fim, pretendemos como projeto associar a causa e a iniciativa com empresas que poderão ser úteis para o desenvolver tanto da preparação como da própria corrida em si (essencialmente na área dos equipamentos desportivos e de caravanas, local onde eu e a equipa de voluntários iremos pernoitar)".
Pedro é um apaixonado por desporto: "desde o futebol, à corrida, aos desportos de pavilhão", gosta muito de acompanhar o desporto em geral. Para além disso, a fotografia é também uma das suas grandes paixões.
O percurso entre o Alto Minho e o Algarve vai incluir estradas nacionais, praia, passadiços, parques naturais, entre outros, e será feito maioritariamente sozinho, embora acredite que ao longo da corrida algumas pessoas se juntem para apoiar a causa e dar incentivo.
Vila do Conde, Furadouro, S. Pedro de Moel, Peniche, Ericeira, Trafaria, Setúbal, Porto Covo, Aljezur, Alvor e Quinta do Lago são alguns dos pontos de passagem.
"As minhas expectativas relativas ao projeto caem essencialmente sobre a sensibilização e a atenção que deve ser dada a instituições como o IPO Porto. O cancro, infelizmente, é uma doença cada vez mais presente no dia a dia das famílias portuguesas e o trabalho destas instituições é absolutamente essencial para os tratamentos e acompanhamentos desses doentes, procurando-lhes oferecer o máximo conforto e tranquilidade possível. Mais a nível pessoal, tenho expectativa para saber como o meu corpo vai suportar e ultrapassar as dificuldades que possam surgir, bem como nível mental irei deitar a baixo esses obstáculos".
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