![Benfica denuncia violação dos regulamentos nos Nacionais 'indoor' de atletismo](/assets/img/blank.png)
Um alegado incumprimento dos regulamentos nos Nacionais de clubes em pista curta motivou no domingo a ausência deliberada do pódio do Benfica, campeão da prova masculina e ‘vice’ na feminina, justificou hoje a diretora do atletismo ‘encarnado’.
“Penso que, de uma vez por todas, o Benfica tem de mostrar a sua atitude. Não queremos ser beneficiados ou que os regulamentos mudem. Apenas queremos que as regras sejam transparentes, claras e iguais para todas as equipas e que haja uma autoridade que faça com que sejam cumpridas de forma igual para todos”, afirmou Ana Oliveira, diretora do projeto olímpico e do atletismo do Benfica, em declarações ao canal benfiquista BTV.
Em Pombal, as ‘águias’ conquistaram o 13.º título masculino, e segundo seguido, com 92 pontos, contra 88 do rival lisboeta Sporting, segundo colocado, e 63 dos madeirenses do Jardim da Serra, terceiro, mas não subiram ao pódio no final da 32.ª edição dos Nacionais.
Apesar de ilibar de responsabilidades o presidente da Federação Portuguesa de Atletismo (FPA), cujo “trabalho excecional” elogiou, Ana Oliveira alertou que Domingos Castro “tem muito trabalho para modificar o que de menos bom continua a acontecer” na modalidade.
“Por vezes, nem consigo saborear bem estas vitórias contínuas do Benfica, uma vez que há sempre uma história triste. Vou usar uma palavra muito forte e deixo uma mensagem ao presidente da FPA: de uma vez por todas, temos de abater o gigante polvo verde que existe ainda no atletismo nacional. Por incrível que pareça, até a taça seria verde”, atirou.
O Benfica começou por ser desapossado do topo masculino no sábado, por troca com o Sporting, que ficaria com um ponto de avanço, após uma decisão favorável dos juízes ao protesto ‘leonino’ pela desqualificação nos 400 metros de Omar Elkhatib, que tinha sido inscrito em substituição do recordista nacional João Coelho, lesionado no aquecimento da prova.
“Há uma entidade máxima que regula esta prova, o delegado técnico Jorge Salcedo. Ele fez cumprir o regulamento, ao desclassificar o atleta do Sporting, mas, depois, um júri de apelo improvisado e criado ali à pressa reverteu a decisão. É extremamente grave para a credibilidade da FPA e do próprio juiz Jorge Salcedo, que é mundialmente referenciado e conhecido. Depois, isto é um acumular de situações. Quando entramos nos campeonatos nacionais, as regras mudam e mudam sempre para o mesmo lado”, reiterou Ana Oliveira.
As contas inverteram-se na jornada de domingo, de nada valendo mais uma contestação do Sporting, desta vez sem provimento, em relação à decisão dos 800 metros, marcada por um contacto físico, já na última volta, entre Isaac Nader, do Benfica, vencedor com a melhor marca mundial do ano (1.47,85 minutos) e o argelino Mohamed Ali Gouaned, dos ‘leões’.
“Custou-nos muito não ir ao pódio, como é evidente. Estávamos em alegria e até seria a primeira vez com a camisola do Benfica para muitos dos nossos jovens, mas penso que foi importante passar a mensagem de que nem tudo está bem nesta modalidade”, notou.
No setor feminino, e um ano depois de terem desfeito um ciclo de 13 vitórias seguidas do Sporting, as ‘águias’ terminaram no segundo lugar, com 84 pontos, a três das ‘leoas’, que ampliaram um recorde de 29 títulos, num pódio fechado pelo Jardim da Serra, com 60,5.
“Fomos perfeitos na nossa prestação e não falhámos absolutamente nada. Fomos uma verdadeira equipa dentro e fora da pista. Felizmente, com bastante paciência e alguma expectativa, conseguimos chegar ao final com aquilo que pretendíamos. Em relação às raparigas, foi pena. Perdemos por três pontos apenas, mas temos uma equipa renovada, jovem e mais difícil de construir. Penso que foi um fim de semana à Benfica”, terminou.
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