Os Estados Unidos dominaram quase por completo as atenções do quinto dia de provas nos Mundiais de atletismo em Doha, ao vencerem a maioria das provas no estádio Khalifa, mas também ao receberem a ordem de expulsão de Alberto Salazar.
O carismático treinador, nomeadamente do britânico Mo Farah, já não assistiu ao triunfo de Donavan Brazier nos 800 metros, justamente um dos atletas que treina, nem sequer de Sam Kendricks no salto com vara ou Noah Lyles nos 200 metros, que eram os grandes favoritos.
O técnico do Oregan Project foi suspenso por quatro anos pelas autoridades antidopagem e expulso dos Mundiais, deixando um 'manto' de suspeitas generalizadas sobre os feitos dos seus atletas, o último dos quais tinha sido protagonizado pela holandesa Sifan Hassan, campeã dos 10.000 metros de forma muito clara.
Hoje, Donavan Brazier impressionou nos 800 metros, com um 'tempo canhão' de 1.42,34, recorde dos Estados Unidos e nono registo de sempre.
Para o segundo lugar avançou Amel Tuka, da Bósnia-Hezegovina (1.43,47), e no terceiro lugar ficou o queniano Ferguson Chewruyot Rotich (1.43,82).
E se Brazier não era do grande favorito, o mesmo não se podia dizer de Noah Lyles, de 22 anos apenas, que se apresentava como o mais sério candidato nos 200 metros.
Cumpriu totalmente na final e ganhou em 19,83 - primeiro título mundial, à frente do canadiano Andre de Grasse (19,95) e do equatoriano Alex Quiñonez (19,98), primeiro medalhado sul-americano desde que o brasileiro Claudinei da Silva foi vice-campeão, em 1999.
Muito tempo à sombra do jamaicano Usain Bolt, os Estados Unidos parecem reencontrar em Lyles um novo ídolo - já não venciam desde 2007, quando Tyson Gay derrotou Bolt.
No salto com vara, Sam Kendricks defendeu o título, com o pódio esperado - Lyles, Armand Duplantis (Suécia) e Piotr Lisek (Polónia) são os que passaram mais de seis metros este ano.
Pela quinta vez nas últimas seis edições, primeiro e segundo (Kendricks e Duplantis) tiveram a mesma marca, 5,97 metros, havendo recurso a desempate por derrubes em alturas inferiores. Lisek ficou com 5,87.
Triunfo australiano no lançamento do dardo, para Kelsey-Lee Barber, com 66,56 metros, à frente de duas chinesas - Shiyng Liu chegou aos 65,88 e Huihui Lyu, prate e bronze em anteriores edições, aos 65,49.
No quadro de medalhas, a 'colheita' de hoje reforça o primeiro lugar dos Estados Unidos, agora com 16 (sete de ouro, sete de prata e duas de bronze). a China é 'longínqua' segunda, com oito (2/3/3) e em terceiro está a Jamaica, com quatro (2/2/2).
Portugal, que tem a prata de João Vieira nos 50 km marcha, desceu para 15.º.
Por pontos mantém-se a mesma tendência, com 151 para os Estados Unidos, 74 para a China e 51 para o Quénia, com Portugal em 16.º, com 12.
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