Portugal sai com um balanço muito positivo dos Mundiais de atletismo em pista coberta, em Belgrado, assegurou hoje à agência Lusa o Team Leader da comitiva lusa, Fernando Tavares.
“Um balanço muito positivo, com um conjunto de resultados que mostra que, na generalidade, os nossos atletas estiveram muito bem”, referiu Fernando Tavares.
Em Belgrado, Portugal ganhou a medalha de ouro no lançamento do peso feminino, por Auriol Dongmo, e a prata no triplo salto masculino, por Pedro Pablo Pichardo, garantindo ainda mais um lugar de finalista (oito primeiros), por Patrícia Mamona, que foi sexta no triplo salto.
“Para já, estamos numa posição que não era esperada, em quarto lugar [no quadro de medalhas], vamos ver quando terminar. No número de medalhas não estamos em quarto, mas, como valorizam mais as medalhas de ouro, acabamos por estar à frente das potências europeias nesta fase, mas não é isso o mais importante, o mais importante é ter a noção de que o nosso atletismo está bem, que os nossos atletas, os nossos treinadores e os nossos clubes estão a trabalhar muito bem e os resultados que tivemos aqui são a expressão disso”, referiu.
Fernando Tavares lembrou que os Mundiais têm sido muito competitivos, com excelentes marcas, como o “estratosférico” recorde mundial no triplo salto da venezuelana Yulimar Rojas, com 15,74 metros.
“Tem tido um grande nível e os nossos atletas mostraram que temos boas perspetivas para o Mundial ao ar livre em Oregon e para os Europeus em Munique”, referiu.
Isaac Nader, 10.º nos 1.500 metros, lamentou que não haja em Portugal uma pista coberta permanente em Portugal, com o responsável a dizer que não está prevista a construção de uma e que isso se deve “ao habitual défice de financiamento que o desporto tem e o atletismo, como muitas outras modalidades, tem em particular”.
“Necessitamos de facto de um investimento superior em termos de infraestruturas de qualidade. Os nossos atletas não têm a possibilidade de treinar regularmente numa pista coberta durante todo o ano. As duas pistas existentes em Pombal e em Braga são pistas que são montadas dois, três meses por ano, portanto não há a necessária adaptação a este tipo de estrutura. Seria muito bom termos uma pista coberta completa, temos o CAR do Jamor [não tem pista de 200 metros], mas é para treino, não para competição”, referiu.
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