As portuguesas Jessica Inchude e Auriol Dongmo qualificaram-se hoje para a final do lançamento do peso Campeonatos da Europa de atletismo em pista curta Apeldoorn2025, nos Países Baixos, com arremessos a 18,85 e 18,64 metros, respetivamente.

Jessica Inchude, que tem como recorde pessoal os 19,18 metros alcançados já este ano, assegurou a presença na final, marcada para domingo, a partir das 17:52 locais (16:52 em Lisboa), com o segundo ensaio, superando os 18,80 da qualificação, após ter iniciado o concurso com 18,47.

“Eu não gostei do primeiro, nem do segundo lançamento, por isso tive de ‘meter’ um bocadinho de raiva, para ir mais longe. O primeiro objetivo foi cumprido, com uma boa marca, com apuramento direto e estou com boas expectativas para amanhã [domingo], espero que tudo corra bem”, explicou a lançadora do Sporting, quarta em Istambul2023.

Inchude, de 28 anos, reconheceu na qualificação uma forma de “medir as adversárias”, mas esperando “marcas muito diferentes na final”: “Eu quero fazer muito mais do que isto, não fiquei contente com este lançamento, quando vi a marca achei estranho ter lançado tão longe sem a técnica perfeita”.

Já a também atleta do Sporting Auriol Dongmo, que defende os títulos conquistados em Torun2021 e Istambul2023, avançou na competição com o quarto melhor lançamento da qualificação, a 18,64, também na segunda tentativa, após ter arrancado com 18,40 e terminado com 18,50.

“Deu para matar saudades [das grandes competições], mas não foi o que quis, porque estou habituada a fazer uma qualificação direta e hoje tive de esperar até ao fim. Não é fácil, mas o mais importante foi feito. Sinto-me bem e, na final, vamos até ao fim”, prometeu a recordista nacional (20,43), que este ano já lançou a 19,00.

Apesar de “ter começado bem no aquecimento e parado um bocado na competição”, Dongmo, de 34 anos, regressou aos grandes palcos depois de ter estado ausente praticamente durante todo o ano passado, falhando os Jogos Olímpicos Paris2024, devido a uma fratura numa perna, num período em que encontrou ânimo na família.

“Hoje eu não lutei só por mim, lutei pelos meus filhos, porque tive o meu segundo filho no ano passado e, agora, quero ir até ao fim. Foi muito importante, os meus filhos são a minha vida e é para eles que compito”, revelou.

A neerlandesa Jessica Schilder, bicampeã da Europa ao ar livre, com 19,92, e a alemã Yemisi Oguleye, campeã olímpica em Paris2024, com 18,95, também asseguram o apuramento direto para a final, cuja última apurada foi a também germânica Alina Kenzel, com 18,31.

De fora da final ficou Eliana Bandeira, que tinha 18,29 como melhor marca da época e hoje não foi além de 17,44 na segunda tentativa, depois de arremessos a 17,02, no primeiro, e 17,24, no terceiro, terminando a qualificação no 10.º posto, melhorando duas posições relativamente a Istambul2023.

“O meu objetivo era passar à final. Eu acreditei que era possível, mas, infelizmente, não foi. Fico um pouco triste, porque vinha com expectativas e tive uma época consistente, acima dos 18, mas a competição é assim. Dei o meu melhor e não foi suficiente para chegar à final. Apesar disso, fico feliz pela Jessica e pela Auriol, porque somos três atletas ao mais alto nível e duas delas na final, acho que é de realçar. Agora, vou continuar a trabalhar”, sublinhou a atleta atualmente sem clube.

Dongmo e Inchude aumentaram para nove as presenças lusas em finais em Apeldoorn, depois das duas de Salomé Afonso, nos 3.000 e nos 1.500, distância na qual contou com a companhia de Patrícia Silva e Isaac Nader, além de Gerson Baldé, no salto em comprimento, João Coelho, nos 400, e Tiago Luís Pereira, no triplo salto.