O anúncio, feito através da página de Facebook da federação local de atletismo, ocorreu depois de o governo etíope e os rebeldes do Tigré assinarem, em 02 de novembro de 2022, um acordo para terminar com o conflito.
"Uma delegação dirigida por Derartu Tulu, que é a presidente da federação, iniciou a viagem para Mekele", a capital do Tigré, refere a publicação.
Em resposta, Getachew Reda, porta-voz dos rebeldes do Tigré, escreveu na rede social Twitter: "Bem-vindos aos nossos heróis e heroínas. Obrigado Derartu e os responsáveis do governo federal que tornaram isto possível!".
Entre os integrantes da delegação estavam Gotytom Gebreslase, campeã do mundo na maratona em 2022 e Letesenbet Gidey, medalha de ouro nos 10.000 metros do Mundial disputado em Eugene, nos Estados Unidos, no ano passado.
Em 03 de janeiro, a Ethiopian Airlines retomou os voos comerciais para o Tigré, que estiveram interrompidos por 18 meses.
Em declarações citadas pela agência AFP, alguns passageiros disseram ter sido impedidos de embarcar em Addis Abeba em direção a Mekele, com a invocação de restrições para "passageiros entre 18 e 65 anos".
Getachew Reda confirmou essas restrições, mas acrescentou que "se está a trabalhar com as autoridades federais para o solucionar".
O acordo de paz assinado em 02 de novembro prevê nomeadamente o desarmamento das forças rebeldes, o restabelecimento da autoridade federal no Tigré e a reabertura dos acessos e comunicações para a região, isolado do resto do mundo desde 2021.
Os combates começaram em novembro de 2020, quando o primeiro- ministro Abiy Ahmed enviou o exército prender os dirigentes no Tigré que contestavam a sua autoridade há meses, acusando-os de terem atacado bases militares federais.
O balanço do conflito continua desconhecido, com a International Crisis Group e a Amnistia Internacional a descreverem-no como "um dos mais mortais do mundo".
Comentários