O Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ) promoveu esta segunda-feira o encontro "Boas Práticas da Ética no Desporto", que decorreu no Museu Nacional do Desporto, em Lisboa.
No evento estiveram presentes vários embaixadores para a ética no desporto como Jorge Machado (ex-judoca), Nuno Delgado (ex-judoca), João Capela (ex-árbitro) e Jorge Pina (atleta paralímpico).
Numa tertúlia com o nome "O papel do embaixador da Ética", os vários embaixadores debateram os problemas do desporto atual. Nuno Delgado mostrou-se bastante preocupado com o futuro do desporto.
"Estou medianamente otimista. Ser embaixador é um desafio porque o desporto reflete a nossa sociedade, que está cada vez menos virada para as pessoas, fruto da competitividade, da globalização das redes sociais e das experiências que oferecemos às nossas crianças", começou por dizer o antigo judoca.
Nuno Delgado salientou ainda que "o exemplo é muito importante e o que as crianças têm não é das pessoas mais próximas, porque passam pouco tempo com os pais e familiares. A ética entra se houver um exemplo próximo e o desporto é o espaço que temos para desenvolver esse relacionamento."
"Eu sou embaixador do desporto, porque o desporto sem ética não existe. No dia em que, por exemplo, no quadro olímpico começarem a existir modalidades como 'gaming', que promovem a individualidade, então perdemos a batalha."
"Não nos podemos esquecer que o desporto moderno foi inspirado na Grécia Antiga, mas pode acabar se deixarmos de cultivar a ética na competição desportiva. Porque nessa altura as pessoas vão deixar de acompanhar os atletas, que para as pessoas são vistos como deuses", concluiu o antigo judoca Nuno Delgado.
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