Minsk despediu-se hoje dos II Jogos Europeus fazendo jus ao seu lema ‘cidade das mil vozes’, transformando a cerimónia de encerramento num festivo megaconcerto, mais vocacionado para os jovens do que para a tradição.

Se a cerimónia abertura se focou nos poetas, músicos, desportistas e reis, revelando a história e cultura da Bielorrússia, num espetáculo de elevada qualidade artística, a pompa de hoje foi aligeirada e virada para o futuro e a juventude.

A Bielorrússia deixou cair a cortina que a torna pouco conhecida na Europa, revelando-se uma nação capaz, como o provou nesta organização: não foi perfeita, mas a cada dia os desafios foram sendo vencidos e a imagem final é claramente positiva.

“Prova que temos a capacidade para mover montanhas, quando estamos juntos”, disse o presidente Alexander Lukashenko, acreditando que “nestes dias, os europeus estiveram unidos como uma grande família”.

Fez-se rodear de vários presidentes, incluindo o russo Vladimir Putin, nem por isso outros vizinhos, fazendo ele próprio uma pausa à trégua ‘olímpica’: “São muito diferentes e nem sempre é fácil lidar com eles”.

Foram dias de “emoções fortes”, como também disse o presidente dos comités olímpicos europeus, que no discurso de despedida prometeu “continuar a luta pelo desporto limpo, com tolerância zero”.

No início do espetáculo, coube a Patrícia Esparteiro, medalha de bronze em kata, especialidade do karaté, transportar a bandeira de Portugal, numa comitiva lusa já bastante reduzida face ao regresso de muitos atletas.

Os 8.000 voluntários, “a alma e coração deste evento”, como foi anunciado, foram figura central do espetáculo promovido por um país que fez por mudar o modo mais fechado como o mundo o vê.

A bandeira dos comités olímpicos europeus desceu, a chama olímpica apagou-se e Cracóvia, na Polónia, já se prepara para receber a terceira edição dos Jogos Europeus, em 2023.