A canoísta portuguesa Maria Luísa Gomes, nova campeã do mundo de juniores em maratonas K1, na Croácia, após conquistar o título europeu, considerou hoje que o duplo êxito é fruto do “muito trabalho e sacrifícios de anos”.

“É inacreditável. Acaba por ser uma forma de mostrar todo o trabalho que tenho feito ao longo de todos os anos. Trabalho contínuo, muito duro, muito sacrifício. É a recompensa”, regozijou-se a jovem, em declarações à agência Lusa, sem esconder a “muita alegria” do momento.

A limiana cumpriu os 19 quilómetros do traçado em Metkovic em 01:28.37,47 horas, batendo no sprint final a sul-africana Geórgia Singe, segunda classificada, por 01,76 segundos, e a alemã Caroline Heuser, terceira, por 08,20.

“Não comecei bem, mas fui recuperando lugares. Entrámos cinco na última portagem na qual foi dar tudo. Saímos três na frente e estava muito cansada, com ‘dor de burro’. Depois foi só acreditar, acreditar, acreditar até ao fim, pois é tudo possível”, recordou.

Maria Luís Gomes revelou ter estudado bem as adversárias, pelo que percebeu que havia quem tivesse um sprint mais forte, facto que a fez atacar antecipadamente, na longa reta da meta.

“Comecei a subir cedo e pensei: Elas já não aguentam mais, tu consegues, tu consegues, tu consegues… está quase, está quase… E assim foi. Levei a melhor”, congratulou-se, sem controlar um sorriso rasgado.

A canoísta portuguesa disse ser fiel ao lema “não importa como começa, mas como acaba”, pelo que em prova está sempre “atenta a tudo”, porque as competições “só acabam no fim”.

“Posso dizer que sou uma atleta forte, tenho as minhas qualidades e pontos mais fracos, mas não deixo que estes me deitem abaixo, antes jogo com os das minhas adversárias”, ilustrou.

Agora, quando voltar a Portugal, rumará a Coimbra, pois entrou na universidade, no curso de Gestão e Engenharia Industrial.

“A minha prioridade vão ser sempre os estudos, mas não vou deixar a canoagem, vou continuar a treinar, agora nos sub-23, nos quais quero atingir patamares elevados como este. O objetivo é mais difícil, mas temos de começar por algum lado. É subir degraus”, rematou.

A canoísta minhota deixou um agradecimento especial aos amigos que sempre a acompanharam e ao treinador Bruno Cerqueira, que também se deslocou à Croácia para a ver competir, bem como à Nelo, empresa portuguesa líder mundial na construção de caiaques de competição, que lhe deu a “honra” de estrear um protótipo, o ‘Vanquish 7 M ST’.

Em julho, em Poznan, na Polónia, Maria Luísa Gomes tinha sido campeã da Europa K1 na prova longa e na ‘short race’, de cerca de 3,5 quilómetros, que não integra o programa júnior dos Mundiais.