O canoísta Fernando Pimenta reconheceu hoje que nem sempre o máximo chega para vencer, prometendo trabalhar sobre a medalha de prata conquistada nos II Jogos Europeus para chegar aos Mundiais, em agosto, na melhor forma.

“Dei o meu melhor, mas às vezes isso não é o suficiente. Agora é descansar e pensar no K1 5.000 metros [cuja final se disputa na quinta-feira] e depois trabalhar para o Mundial”, a disputar na Hungria e que serve de qualificação para os Jogos de Tóquio202.

Na central pista cinco, Fernando Pimenta saiu na frente e liderou mais de meia prova, contudo o húngaro Balint Kopasz atacou por volta dos 700 metros e a reação de Pimenta apenas lhe permitiu ficar a 112 milésimos de segundo do magiar, que concluiu em 3.30,963 minutos – o bielorrusso Aleh Yurénia completou o pódio, a 1,355 segundos do vencedor.

“Na canoagem temos um nível muito elevado e, como se viu hoje, por umas milésimas se ganha e por umas se perde. Agora é tentar dar tudo por tudo até ao Mundial para chegar lá e tentar tirar o que nos impediu de ganhar hoje a medalha de ouro”, reforçou.

Pimenta admitiu que esta foi “uma prova um pouco estranha”, assumindo que não foi a sua melhor saída e que posteriormente não conseguiu destacar-se do húngaro, que o ultrapassou a 300 metros da meta.

“Tentei algumas vezes ganhar a ‘frente’ sem me desgastar muito e, depois, nos últimos 300 metros ele acelerou e ganhou quase um barco, cerca de cinco metros. Sabia que eu não podia acelerar naquele momento, seria demasiado cedo para mim, mas, nos últimos 200 metros, voltei a acreditar, ataquei com tudo e ainda pensei que fosse possível ganhar até aos metros finais…”, relatou.

O canoísta luso reconheceu a dificuldade de ficar a cerca de um décimo de segundo do vencedor, após 1.000 metros.

“Claro que custa perder por tão pouco, mas estou ciente de que fiz tudo o que tinha a fazer. Descansei bem, recuperei também bem, mas o melhor momento da época está para vir, que é o campeonato do mundo e aí espero chegar na melhor forma da época”, frisou.

Com este pódio, Fernando Pimenta partilha com a judoca Telma Monteiro e o trio da ginástica acrobática Bárbara Sequeira, Francisca Maia e Francisca Sampaio Maia o recorde de três medalhas dos portugueses somadas as duas edições dos Jogos Europeus, Minsk2019 e Baku2015.

Pimenta manifestou-se um admirador das qualidades dos compatriotas e relatou a experiência com a até aqui sua desconhecida equipa da ginástica – “quarteto, pois o treinador também faz parte deste trio” -, assumindo-as como um “excelente exemplo” a seguir.

No fim, apelou aos compatriotas para que apoiem os desportistas lusos em todas as competições, “e não apenas nos dias de medalhas”, considerando que sempre que um atleta entra em competição “leva todos os portugueses no coração”.

A seleção lusa soma agora 10 medalhas nos II Jogos Europeus, com uma de ouro, Carlos Nascimento, nos 100 metros, e cinco de prata, alcançadas por: equipa de judo na prova mista, ciclista Nelson Oliveira (contrarrelógio), ginastas acrobatas Bárbara Sequeira, Francisca Maia e Francisca Sampaio Maia, em combinado e no exercício dinâmico, e Fernando Pimenta em K1 1.000 metros.

Na prova de equilíbrio, as ginastas ainda conseguiram uma medalha de bronze, também alcançada pela judoca Telma Monteiro (-57 kg), pela estafeta mista dos 4x400 metros (Ricardo dos Santos, Cátia Azevedo, João Coelho e Rivinilda Mentai) e por Diogo Ganchinho nos trampolins.