A Federação Portuguesa de Remo (FPR) criticou hoje o corte de 50.000 euros no orçamento para a modalidade e acusou o Estado português de “andar a brincar com o desporto de alto rendimento”.

"Numa altura em que o remo português consegue um apuramento olímpico e a FPR regista resultados financeiros francamente positivos – depois de ultrapassar um período de insolvência –, o Estado, através do Instituto Português do Desporto e Juventude, anuncia um corte de 50.000 euros num orçamento global de 450.000”, refere o organismo em comunicado.

A FPR entende que a decisão de reduzir o orçamento mostra que “os financiamentos públicos, em Portugal, nada têm a ver com a avaliação do mérito, mas com fatores totalmente alheios” e acusa o Estado de insistir “em nivelar por baixo, contrariando todas as regras daquilo que deve ser o apoio ao alto rendimento”.

“Estamos cansados de propaganda. Quando há medalhas, os políticos colocam-se em bicos de pés ao lado dos atletas, multiplicam-se os ‘tweets’ e as publicações no Facebook, mas nada disso paga a total ausência e falta de apoio no dia-a-dia do desporto nacional”, acrescenta o documento, assinado pelo presidente da FPR, Luís Ahrens Teixeira.

No documento, a FPR lembra que em 2013 o organismo perdeu o estatuto de utilidade pública, e assegura que “foi o dinheiro pessoal dos dirigentes que pagou as participações nacionais em Taças do Mundo, campeonatos da Europa e mundiais”.

O organismo federativo considera que “contas em ordem e resultados desportivos de relevo valem um corte de mais de 10% no financiamento do Estado ao remo”, e conclui: “É assim que vai o desporto de alto rendimento em Portugal, sem visão, sem estratégia e com um total desprezo pelo culto do mérito”.

Em 08 de abril, os remadores portugueses Pedro Fraga e Afonso Costa garantiram uma vaga para Portugal na prova de ‘double scull’ ligeiro, dos Jogos Olímpicos Tóquio2020, ao terminarem em segundo lugar a final da prova de qualificação europeia, disputada em Varese, em Itália.