A lista presidida por José Mário Cachada na corrida às eleições para a Federação Portuguesa de Judo, em oposição à do anterior presidente, considera que esta apresenta “irregularidades insanáveis” e formalizou uma queixa.

Em nota enviada à agência Lusa, a lista B refere ter apresentado esta semana junto do Presidente da Assembleia Geral da Federação Portuguesa de Judo, Carlos Andrade, “uma reclamação contra a admissão da candidatura da Lista A”.

Em causa, dizem, estarão várias irregularidades na lista de Jorge Fernandes, dirigente que foi destituído em dezembro e esteve à frente da Federação entre 2017/2020, num primeiro mandato, e de 2020 a dezembro de 2022.

Segundo a Lista B, que se designa Judo – Nova Alternativa, Jorge Fernandes remeteu uma candidatura para o período remanescente do anterior mandato e essa interpretação “não é legalmente admissível” com “um presidente ser destituído do mandato e voltar a exercer funções no mandato em que foi destituído”.

A lista de José Mário Cachada sustenta esta reclamação com a leitura do programa da Lista A, em que a mesma menciona aspetos do mandato anterior, nomeadamente os Europeus realizados em 2021 em Lisboa.

“Ao entender que se trata de outro mandato, a lista não pode ser aceite uma vez que o programa de ação apresentado pela Lista A não diz respeito ao período do mandato a que se está a candidatar, o que claramente se depreende da leitura do mesmo”, insiste a lista de José Mário Cachada.

Na mesma nota, a direção de campanha refere que a Mesa da Assembleia Geral deveria ter rejeitado esta candidatura e adianta existirem também “vários elementos da lista com incompatibilidades flagrantes”, mas sem especificar quais.

As eleições para a Federação Portuguesa de Judo estão agendadas para 19 de fevereiro, data encontrada após a Assembleia Geral de 18 de dezembro em que Jorge Fernandes foi destituído, após processo saído do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), por incompatibilidades ao abrigo do artigo 51.º do regime jurídico das Federações Desportivas.

Em causa, segundo o inquérito, estava a contratação em 2021 para a FPJ de Jorge Alberto Fernandes, filho do presidente destituído, e o facto de o ex-responsável máximo da federação desempenhar funções de treinador no Judo Clube de Coimbra, dois cenários incompatíveis com as funções que desempenhava.