Os Europeus de judo regressam a Lisboa 13 anos depois da estreia, no mesmo local e uma vez mais em ano de Jogos Olímpicos, mas desta vez sem que Portugal tenha “a vantagem de lutar em casa".

“O facto de estarmos em casa é importante, mas, atualmente, com o contexto que nos coloca a pandemia [da covid-19], isso não é uma vantagem”, analisou o presidente da Federação Portuguesa de Judo, Jorge Fernandes, em declarações à agência Lusa.

Lisboa repete a organização de 2008, novamente na Altice Arena - antigo Pavilhão Atlântico -, mas a pandemia da covid-19, que afeta o mundo há mais de um ano, primeiro suspendeu e, depois, obrigou a reformular cada evento desportivo, na sua maioria sem público.

Ao contrário dos Jogos Olímpicos de Tóquio2020, que foram adiados para este ano, os Europeus de Lisboa mantiveram, com ligeiros acertos, a sua calendarização, mas, tal como outros eventos, serão realizados dentro desse novo paradigma.

“Penso que os atletas podem ter mais pressão, por lutarem em casa e não terem apoio vindo das bancadas”, considerou o presidente da FPJ, mas sem deixar de dizer que Portugal estará na luta pelas medalhas e, se possível, procurará repetir os resultados da única vez em que foi o país organizador.

Em 2008, o fator casa e a antecedência aos Jogos Olímpicos de Pequim contribuíram para o maior número de medalhas de sempre, quatro, com uma medalha de ouro de João Neto, e três bronzes, de Ana Hormigo, Yahima Ramirez e Pedro Dias.

“Vamos lutar para sermos campeões da Europa, não quero distinguir categorias, porque às vezes somos surpreendidos por quem menos esperamos”, disse também à Lusa o dirigente, mostrando grande confiança no grupo de 18 judocas convocados.

Jorge Fernandes sublinhou que a competição pontua para os Jogos de Tóquio, para os quais espera aumentar o número de judocas, quando Portugal tem, neste momento, em zona elegível oito atletas, igualando o maior número de sempre, de Barcelona92.

Em zona de qualificação estão Catarina Costa (-48 kg), Joana Ramos (-52 kg), Telma Monteiro (-57 kg), Bárbara Timo (-70 kg), Patrícia Sampaio (-78 kg), Rochele Nunes (+ 78 kg), Anri Egutidze (-81 kg) e Jorge Fonseca (-100 kg).

Além destes, a seleção conta nos Europeus com mais 10 judocas: Maria Siderot (-48 kg), também em zona elegível para Tóquio2020, mas tapada por Catarina Costa, nos -48 kg, Joana Diogo (-52 kg), Wilsa Gomes (-57 kg), Rodrigo Lopes (-60 kg), Bernardo Tralhão (-60 kg), João Crisóstomo (-66 kg), André Diogo (-66 kg), João Fernando (-73 kg), Manuel Rodrigues (-81 kg) e Diogo Brites (-100 kg).

Para Jorge Fernandes existe a “esperança” de colocar mais judocas na qualificação para Tóquio2020, nomeadamente Rodrigo Lopes (-60 kg), que já esteve nessa posição e cujo apuramento permitiria que Portugal competisse em equipas mistas nos Jogos.

“Seria um espetáculo”, afirmou o dirigente, acrescentando que a convocatória dos Europeus deixou de fora nomes igualmente “valiosos”, como os de Raquel Brito, Joana Crisóstomo ou Teresa Santos, face ao limite de judocas, bem como o da veterana Yahima Ramirez.