O Irão considerou quinta-feira “apressada e injusta” a sua suspensão pela Federação Internacional de Judo (FIJ), alegadamente por ter pressionado um atleta a perder nos mundiais do Japão, para evitar que este combatesse com um israelita.

Saeid Mollase, de 27 anos, campeão do mundo em título em -81 kg, perdeu sucessivamente nas meias-finais e depois na luta pelo terceiro lugar, concluindo a prova em quinto, disse que foi pressionado pelas autoridades do seu país a evitar lutar com Sagi Muki, israelita que levaria o ouro, em Tóquio.

Com base nisso, a comissão disciplinar da FIJ suspendeu “provisoriamente a federação iraniana de judo de todas as competições (...) organizadas sob os seus auspícios, até decisão final da comissão sobre este caso”, refere o organismo.

Em reação a esta decisão da FIJ, o presidente da federação iraniana de judo, Arash Miresmaeili, citado pela agência de notícias oficial daquele país do médio oriente, refere que a suspensão foi “apressada e injusta” e que o caso foi empolado.

“Esta suspensão é o resultado de um cenário que já se previa antecipadamente e, infelizmente, um dos nossos atletas viu-se envolvido e isso ampliou o problema”, disse Arash Miresmaeili em declarações à Agência de Notícias da República Islâmica (IRNA).

A Federação Internacional de Judo (FIJ) justificou a suspensão provisória afirmando que, atendendo a “atos semelhantes [...] observados no passado”, havia “fortes razões para acreditar que a Federação Iraniana de Judo continuará” tais práticas.

O Irão não reconhece o Estado de Israel, que chama de ‘Grande Satanás’, e os seus atletas preferem perder antecipadamente, ser desqualificados ou fornecer atestados médicos, e assim evitar o risco de enfrentar israelitas e serem punidos.

A instituição persa, que pode recorrer desta decisão para o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS), no prazo de 21 dias, disse ainda que irá tentar resolver a situação pela via diplomática sem precisar se irá ou não apresentar recurso.