O presidente do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) disse hoje esperar que o judo retome a sua tranquilidade com o novo presidente e que as divergências não perturbem o desenvolvimento da modalidade.
Em declarações após a tomada de posse de Sérgio Pina como novo presidente da Federação Portuguesa de Judo (FPJ), Vítor Pataco considerou, em declarações à agência Lusa, que "é saudável que haja divergências".
"Essas divergências não devem perturbar o normal funcionamento de uma modalidade, porque a democracia é isso mesmo, é governar em cima da divergência. Agora, todos os agentes da modalidade devem entender, do meu ponto de vista, que a divergência faz parte do processo e, fazendo parte do processo, também é a própria alavanca ao desenvolvimento", referiu.
Vítor Pataco acredita que das divergências, assumidas pelo próprio presidente empossado da FPJ, podem "resultar novas soluções" e que divergências não são "um sinal de catástrofe, de caos na modalidade", pois sem divergência "também existe o risco de acomodação".
"Acomodação é o que me parece que não vai haver no judo, porque a modalidade sofreu aqui um abanão e agora, eu diria que todos os agentes estão muito mais atentos e preocupados com o desenvolvimento do judo. E, também, do meu ponto de vista, parece-me que terão compreendido que a divergência tem limites no sentido de, quando há divergência, tem que se encontrar também soluções e não romper com um processo normal de desenvolvimento da modalidade", afirmou.
Sérgio Pina substituiu na presidência Jorge Fernandes, após este ter sido destituído devido a irregularidades no seu mandato e em litígio com alguns atletas, que chegaram mesmo a fazer uma carta aberta a pedir a sua demissão, o que levou a um período muito conturbado na modalidade.
"Tivemos aqui um compasso de espera de oito meses e a preparação para os Jogos Olímpicos, para as grandes competições, não se compagina com o tempo de espera desta natureza. Portanto, a nossa esperança é que andemos rápido agora, porque temos pouco tempo [...] Que esta interrupção resulte agora numa vontade acrescida para que a modalidade retome a sua normalidade e a sua paz", referiu.
Vítor Pataco acredita que a integração da treinadora Ana Hormigo na comitiva para o Mundial de judo, a decorrer em Doha, "significa que, pese embora havendo divergências no passado e, eventualmente, até no presente, isso não prejudica aquilo que são as opções corretas para a modalidade".
Sobre as dificuldades financeiras sentidas pela FPJ, fruto deste período conturbado, o presidente do IPDJ garante que não vai faltar apoio a "uma modalidade que tem uma expressão muito forte do ponto de vista interno e externo" e que é "das que mais expectativa apresenta na participação nos Jogos Olímpicos e nas competições internacionais".
"O Instituto não faz mais do que a sua obrigação em acompanhar este processo e, naquilo que é uma parte do seu papel, que é financiar a modalidade, cá estaremos para acompanhar essa necessidade e, portanto, materializar isso em contratos-programa de desenvolvimento desportivo, que, no fundo, correspondem a um compromisso entre o Instituto e a Federação Portuguesa de Judo no sentido de se alcançar determinados objetivos, seja no plano dos resultados desportivos, seja no plano de treinadores mais qualificados, mais praticantes envolvidos na modalidade e, portanto, estaremos cá para acompanhar esse processo e, naturalmente, ajudar a Federação Portuguesa de Judo", assegurou.
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