O vice-presidente da Federação Portuguesa de Judo (FPJ) Sérgio Pina, candidato à liderança no organismo, considera ser urgente o regresso à normalidade e voltar a ter uma relação pacificada com a tutela.
“Há muito que fazer, já há trabalho que foi feito, quanto mais não seja voltar a ter relações pacificadas com os órgãos da tutela e a partir daqui há todo um trabalho que tem que ter um grande objetivo, que são as nossas seleções nacionais e as grandes provas que se avizinham até 2024”, disse à agência Lusa Sérgio Pina.
O ainda ‘vice’ da FPJ apresenta-se às eleições de sábado, a decorrerem em Assembleia Geral em Coimbra, num escrutínio em que concorre à presidência em oposição a José Mário Cachada, quatro meses após a destituição do anterior presidente, Jorge Fernandes.
Sérgio Pina fez parte da direção eleita em 2020 e concorre agora a presidente, face ao vazio existente, com “uma franja alargada de apoio” dos mesmos delegados que o elegeram anteriormente, mas garante que nada está decidido.
“Sinto que mantenho essa franja alargada de apoio até porque esta minha candidatura surgiu de um apoio espontâneo e de uma proposta espontânea de vários delegados e de vários membros dos corpos sociais, que fazem parte da FP Judo”, adiantou.
Um cenário que, ainda assim, não permite ao dirigente pensar que será o presidente da FPJ a partir de domingo.
“Sinto que sim, que poderei vencer, mas não me peça para lhe dizer que são ‘favas contadas’, porque não são. No fim, contados os votos, que ao vencedor sejam dadas todas as condições para poder gerir a federação”, acrescentou.
Para Sérgio Pina, é imperativo voltar-se à normalidade na gestão da federação, que apenas terá Assembleia Geral para aprovar as contas de 2022 em 20 de maio e que face ao vazio existente não tem os contratos-programa assinados.
“Tem sido um enorme sufoco gerir a federação até agora. Só vamos fazer a 20 de maio a Assembleia que irá aprovar os relatórios e contas. E só a partir daqui é que poderemos assinar os contratos-programa com o IPDJ [que já avançou com três adiantamentos, de janeiro, fevereiro e março]”, explicou.
Em relação ao futuro, e quando o que está em ‘cima da mesa’ é uma eleição apenas até ao final do ciclo olímpico, no próximo ano, no período remanescente de mandato, Sérgio Pina garante não estar a pensar ainda numa continuidade após Paris2024.
Para o dirigente, a urgência está no presente, lembrando os ‘atrasos’ existentes após a crise instalada na modalidade: “precisamos de todo o apoio de quem nos tutela. E que esse apoio nos seja dado o mais rápido possível, porque tudo está muito atrasado”.
A Federação Portuguesa de Judo terá eleições apenas para o cargo de presidente, por indicação do Tribunal de Loures, após a destituição em dezembro de Jorge Fernandes, por incompatibilidades ao abrigo do artigo 51 do Regime Jurídico das Federações Desportivas.
Em causa estava o facto de o dirigente, eleito num primeiro mandato em 2017 e num segundo em 2020, ter integrado o filho como funcionário da FPJ e de desempenhar, cumulativamente, funções de treinador no Judo Clube de Coimbra.
Jorge Fernandes ainda se apresentou, com lista, a eleições marcadas para 19 de fevereiro, dois meses após a destituição, mas o Tribunal de Loures anulou poucos dias antes a convocatória, justificando que as eleições deveriam destinar-se apenas ao órgão destituído, de presidente.
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