A candidatura de José Mário Cachada à liderança da Federação Portuguesa de Judo pretende “restaurar a confiança” na modalidade, uma das ideias-chave nas propostas que apresentam e que querem levar a cada associação e delegado.
“A nossa candidatura assenta em quatro pilares, que respondem muito ao que acredito serem hoje as necessidades do judo (…). Restaurar a confiança, nos últimos tempos perdeu-se muito a confiança no dirigismo do judo em Portugal, com o culminar da destituição do presidente”, justificou à agência Lusa o candidato a vice-presidente Pedro Caravana.
O antigo judoca olímpico é o número dois da direção na lista liderada por José Mário Cachada, antigo praticante de judo e chefe de divisão da educação e cultura na Câmara de Espinho, que concorrerá nas eleições de 19 de fevereiro face à lista encabeçada por Jorge Fernandes, antigo presidente.
A destituição deste em dezembro, em Assembleia Geral, após um inquérito do IPDJ por incompatibilidades ao abrigo do artigo 51 do regime jurídico das Federações Desportivas, foi o culminar de um processo de conflitos vários na modalidade, nomeadamente com acusações de vários judocas em relação ao antigo presidente.
“Esta confiança tem que se restaurar com base em desempenho, em transparência, em isenção. Tem que se restaurar do lado dos judocas e do judo, do lado da tutela e do lado da opinião pública”, defendeu Pedro Caravana.
A proposta da candidatura, cuja lista foi entregue na sexta-feira, com a subscrição necessária de delegados – obrigatória em 10% do número de delegados na AG eleitoral -, assenta em quatro pilares: “restaurar a confiança”, “conhecer e trabalhar em equipa”, “repensar e reorganizar o modelo desportivo” e “inovação”.
Ideias que Pedro Caravana e a restante equipa querem levar a cada delegado e associação, para que através da troca de ideias contribuam para o judo português.
“Gostaríamos de nos deslocar pelo país a falar sobre o judo (…), falar e ouvir também, o que as associações têm a dizer pela corrente a situação. Todos nós no judo estamos um pouco envergonhados, eu sinto-me um pouco envergonhado, com a situação de não ter presidente, com a situação de ter um presidente destituído, com a situação de ir a uma federação que está mais desarrumada que a minha arrecadação. Não sinto que isto dignifique o judo”, acrescentou o gestor e antigo judoca.
No processo eleitoral, em que não houve uma eleição prévia de delegados, o candidato a ‘vice’ insiste que é preciso falar e ouvir as pessoas e garante que não teme o apoio maciço que Jorge Fernandes diz ter.
“Não sentimos esse apoio massivo. Vamos iniciar a partir de amanhã ou depois de amanhã a nossa campanha eleitoral, que não se faz por recolher assinaturas de apoio, faz-se por apresentação do programa e deixar as pessoas refletirem no judo. O voto é secreto e depois as pessoas podem assumir ou não as suas posições publicamente”, disse.
Caravana reitera o pilar de “conhecer e trabalhar em equipa”, numa lista com elementos de vários pontos do país e que terá também José Simões como candidato à presidência do Conselho Disciplina, António Sá Gonçalves ao Conselho de Justiça, Rute Barroso ao Conselho Fiscal, Eduardo Garcia ao Conselho de Arbitragem e Paulo Esteves à Assembleia Geral.
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