O atleta do Sporting Tiago Rocha aponta o papel do jovem treinador Hugo Canela como crucial na revalidação do título nacional de andebol e destaca a aposta e consequente superioridade notória face aos ‘rivais’ Benfica e FC Porto.
O pivot, de 32 anos, regressou a Portugal três anos depois de ter deixado o FC Porto e rumado à Polónia, onde não conquistou qualquer título. A forma “acarinhada” como foi recebido em Alvalade, o passado ligado aos ‘dragões’ e o tema seleção nacional também foram abordados pelo internacional, em declarações à agência Lusa.
“[O Hugo Canela] transmite muita confiança. O trabalho é muito dele e de uma equipa com uma qualidade enorme. Tem-se revelado nos momentos importantes e o facto de ser jovem também vai aprendendo cada vez mais”, começou por referir, acrescentando que o bicampeonato conquistado no domingo “traduz o trabalho desenvolvido”.
Contudo, no seu ano de estreia pelos ‘leões’, Tiago Rocha reconhece que a temporada não começou da forma que desejava, apontando mesmo como momento menos bom o desaire na Supertaça diante do ABC UMinho, por culpa do “excesso de confiança” e por ainda não estarem “oleados”.
No regresso a Portugal, a “boa afinidade” com os amigos de seleção Carlos Carneiro, Cláudio Pedroso e Pedro Portela foi fundamental na integração, sem esquecer o suporte do diretor técnico Carlos Galambas.
“Tinha o desejo de voltar e todos me trataram bem. Foi um convite que fiquei muito agradado e quis aceitar. Agradeço-lhe [diretor], foi uma aposta dele e dedico-lhe um bocadinho deste meu trabalho. Sempre depositou muita confiança em mim”, contou.
Os 14 anos (12 como sénior) que vestiu de ‘azul e branco’ não são esquecidos pelo atleta, mas fazem parte do passado para o pivot, que pretende continuar de ‘leão’ ao peito.
“O passado ficou no passado. O que conquistei jamais será esquecido por mim, faz parte da história, mas, agora, estou a vestir a camisola do Sporting. Estou muito feliz e muito realizado. Quero trabalhar ao máximo para ajudar o Sporting a conquistar mais títulos”, admitiu.
Tiago Rocha reconheceu também que a aposta forte da direção na modalidade também foi decisiva para o clube se superiorizar aos ‘rivais’ e revalidar o título nacional.
“Trazendo jogadores de qualidade como um campeão do mundo [Ruesga] na nossa equipa, o sérvio Nikcevic e os guarda-redes também. Tendo os melhores conseguimos formar um grupo bastante compacto e isso mostrou-se no campeonato todo. A nossa equipa comparada com o Benfica é muito superior e isso revelou-se nestes jogados decisivos com Benfica e Porto. O Sporting conseguiu levar a melhor”, vincou.
Na Polónia representou o Wisla Plock, um clube em que teve a oportunidade de defrontar os melhores clubes do mundo na Liga dos Campeões e de crescer como jogador. Pelo Sporting também já atuou na competição e pretende dar continuidade.
“A maior aposta deles é na Liga dos Campeões. Joguei durante dois anos contra o Kiel e Barcelona, equipas de renome mundial e consegui ganhar ao Barcelona. Foram coisas que não teria se não tivesse saído de Portugal. São aprendizagens que valem a pena, porque voltei um jogador diferente com mais experiência”, argumentou.
Por fim, e num ano em que a seleção nacional vai disputar com a Sérvia um lugar no Mundial2019, na Dinamarca e Alemanha, Tiago Rocha ambiciona ultrapassar “a pedra” no ‘play-off’. Portugal não marca presença numa competição internacional desde 2006.
“Não vai ser nada fácil. A Sérvia tem um treinador que nos conhece muito bem, esteve muitos anos em Portugal e teremos que respeitar muito isso. São jogos importantíssimos, são jogos da nossa vida. Queremos passar essa pedra que temos à nossa frente”, desejou.
Tiago Rocha insistiu em tentar explicar os falhanços consecutivos, afirmando que “faltou sempre o quase nos momentos em que não se devia ter falhado, devido à falta de experiência e de ambição”.
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