O selecionador português de andebol comentou a qualificação para a ronda principal do Euro2020 com a expressão "o céu é o limite", mas o capitão da equipa nacional, Tiago Rocha, prefere ter "os pés bem assentes na Terra".

"Todos sonhamos, mas sabemos que é muito difícil. Queremos estar com os pés bem assentes na Terra, ir passo a passo, vencendo os nossos adversários. Temos cinco jogos pela frente e queremos ganhar o maior número possível", disse Tiago Rocha, em encontro com os jornalistas na cidade norueguesa de Trondheim, anfitriã do Grupo D do torneio.

O pivô manifestou-se mais moderado do que o selecionador Paulo Pereira, que no domingo disse que "o céu é o limite" para a ‘equipa das quinas', após a derrota da França com a Noruega, que, aliada aos triunfos de Portugal sobre os franceses e a Bósnia-Herzegovina, proporcionou o apuramento para a fase seguinte logo após a segunda jornada.

"É uma imensa alegria. Concretizámos um feito que ambicionávamos. Sabíamos que teríamos muitas dificuldades, mas também sabíamos que o podíamos realizar. Felizmente, conseguimos logo na segunda jornada", assinalou.

Tiago Rocha concentra-se agora no "jogo extremamente difícil" que terá de disputar com a Noruega, na terça-feira, mas advertiu que a equipa lusa só pensa em conquistar mais uma vitória: "Já que vamos para a ronda principal, queremos ir já com dois pontos".

A seleção portuguesa lutará com a equipa anfitriã não apenas pelo primeiro lugar no Grupo D, mas também por um triunfo que terá consequências na ronda principal, para a qual são transportados os resultados da primeira fase entre as seleções apuradas.

Tiago Rocha foi um dos dois jogadores do grupo de 18 convocados por Paulo Pereira que ficou de fora no encontro de domingo, com a Bósnia, depois de também não ter saído do banco de suplentes no jogo de estreia na fase final do Euro2020, frente à França.

"Obviamente, não é bom ficar de fora, mas o mais importante é o grupo e ganhar os jogos. Tentei transmitir todas minhas boas energias para eles", disse o capitão da seleção nacional.

O pivô luso-cubano Daymaro Salina tem sido mais utilizado e, apesar de apenas ter marcado dois golos (ambos aos franceses), considerou estar a viver "uma experiência única", manifestando-se convicto que Portugal poderá "chegar muito longe" na prova.

"Estamos muito bem e demonstrámos isso nestes primeiros dois jogos. Amanhã [terça-feira], vamos ter outro jogo muito importante para decidir quem leva dois pontos para a ronda principal. A Noruega joga em casa e isso torna as coisas ainda mais difíceis, mas penso que é possível alcançar um bom resultado", sustentou.

Daymaro Salina poderá ter a missão de travar o talentoso Sander Sagosen, mas o pivô não se deixa intimidar com o facto de o norueguês ser considerado um dos melhores centrais da atualidade, destacando a solidez defensiva da equipa lusa.

"Estive a ver vídeos [de Sagosen] hoje de manhã e, de facto, é muito difícil de enfrentar. Só que a nossa defesa também é muito boa e penso que podemos fazer algo de interessante contra ele. E com o [guarda-redes Alfredo] Quintana a defender como está, penso que correrá tudo bem", notou.

Após 14 anos de ausência, Portugal está a disputar pela sexta vez a fase final do Campeonato da Europa - no qual tem como melhor resultado o sétimo lugar alcançado em 2000, na Croácia -, encerrando a participação na ronda preliminar na terça-feira, frente à Noruega, em Trondheim.