O selecionador nacional de andebol, Paulo Jorge Pereira, assegurou hoje que Portugal está “preparado” para “fechar as contas” do apuramento para o Europeu de 2022 no jogo de quinta-feira com Israel, em Telavive.
Paulo Jorge Pereira espera uma seleção de Israel a tentar “fazer tudo” para chegar à vitória, até porque ainda não está fora das contas da qualificação, pelo que Portugal tem que encarar “muito seriamente” o jogo, que “certifica a passagem ao próximo Europeu”.
Para garantir a qualificação, à ‘distância’ de um empate (um ponto), Portugal tem duas tentativas no grupo 4 de qualificação, na quinta-feira, frente a Israel, em Telavive, e no domingo, na receção à Lituânia, em Matosinhos.
“Se ganharem a Portugal [na quinta-feira], ainda há a possibilidade de se apurarem entre as quatro seleções qualificadas através dos melhores terceiros”, apontou o selecionador, recordando o investimento feito por Israel na modalidade.
Israel ‘exportou’ alguns jogadores para equipas da elite do andebol, ao abrigo de vários protocolos de cooperação, para que pudessem melhorar as suas competências e evoluir entre os melhores, e esse investimento está a ter efeitos práticos, quer fisicamente quer taticamente.
O jogo com a seleção portuguesa é o terceiro em quatro dias para Israel, que venceu na segunda-feira a Lituânia, por 34-28, e perdeu na terça-feira com a Islândia, por 30-20.
Paulo Jorge Pereira, que fez a antevisão do jogo em conferência de imprensa na plataforma Zoom, a partir de Telavive, considera que Israel jogou em registo de poupança com a Islândia para descansar hoje e investir tudo no jogo de Portugal.
“Fizeram bem. Porque a opção de ganhar a Portugal e à Islândia era reduzida, teoricamente, ainda por cima com dois jogos sucessivos. Acho que fizeram uma gestão de esforço para descansarem hoje e habilitar tudo na quinta-feira”, referiu.
O selecionador, após dois treinos e a viagem para Telavive, considera que a seleção está pronta e quase na sua máxima força, havendo apenas “uma pequena coisita, mas nada de especial e que não se ultrapasse em dois ou três dias”.
Questionado se os dois jogos que faltam disputar na fase de qualificação para o Europeu de 2022 serviam de teste para definir a seleção para Tóquio2020, Paulo Jorge Pereira respondeu que não.
“Estes jogos não são testes para o que vem a seguir e até prefiro não falar nos Jogos Olímpicos, porque nós agora estamos centrados na questão de rematar a qualificação para o Europeu. Depois, sim. Depois, vamos então falar nos Jogos Olímpicos”, considerou.
Depois de ter sido sexta classificada no Euro2020, 10.ª no Mundial2021 – que constituem as duas melhores posições de sempre – e do inédito apuramento para os Jogos Olímpicos Tóquio2020, a seleção portuguesa está a um passo de conseguir o pleno de quatro apuramentos consecutivos.
Portugal disputou quatro jogos no grupo 4, em que ocupa a segunda posição com os mesmos seis pontos da líder Islândia. Soma três triunfos, nas receções a Israel (31-22) e Islândia (26-24) e em casa da Lituânia (34-26), e uma derrota, na deslocação a Reiquiavique (32-23).
Os regressos de Gilberto Duarte, Humberto Gomes, Alexis Borges, após lesão, bem como de Sérgio Barros e a estreia de Miguel Espinha são os destaques da seleção lusa para o duplo confronto de qualificação com Israel e Lituânia.
O lateral Gilberto Duarte, o guarda-redes Humberto Gomes e o pivô Alexis Borges regressam após terem falhado o torneio pré-olímpico de qualificação, todos devido a lesão, que ditou a presença em Tóquio2020, com um triunfo dramático, nos últimos segundos, sobre a anfitriã França (29-28).
O selecionador Paulo Jorge Pereira também promoveu o regresso ao grupo de trabalho do ponta Sérgio Barros, que defende as cores dos romenos do SCM Timisoara, e a estreia do guarda-redes Miguel Espinha, que representa os espanhóis do CB Huesca.
O leque de opções da seleção incorpora apena um lateral direito de raiz, Bélone Moreira, mas essa opção foi justificada pela equipa técnica com o facto de tanto André Gomes, como Fábio Magalhães e Gilberto Duarte fazerem essa posição.
O apuramento para a fase final do Euro2022, a disputar na Hungria e na Eslováquia, está ao alcance dos dois primeiros classificados de cada um dos oito grupos, mais os quatro melhores terceiros, o que deixa ainda tudo em aberto no que toca à qualificação.
A fase final contará com 24 seleções, 20 das quais saídas da qualificação, que se juntam aos organizadores Hungria e Eslováquia e à campeã europeia em título, a Espanha, e à ‘vice’ Croácia.
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