Luís Frade, Salvador Salvador e os irmãos Martim e Francisco Costa apontaram hoje os quartos de final do Mundial de andebol como objetivo para a seleção portuguesa, sem desvalorizarem a primeira fase.

"Temos evoluído bastante, tanto individualmente, como em equipa, sinto que estamos preparados para tudo o que der e vier, mas, principalmente, temos como objetivo chegar à ‘main round’ [Ronda Principal] com o máximo de vitórias possível, sabendo que vai ser complicado por jogarmos com uma das anfitriãs", afirmou o pivô Luís Frade, de 26 anos.

Em declarações à agência Lusa, no dia aberto à comunicação social da seleção, em Rio Maior, o jogador do FC Barcelona aprovou a preparação, incluindo a presença no Torneio de França, em Estrasburgo, onde a equipa lusa venceu a República Checa, por 32-31, e perdeu diante dos gauleses, por 44-38, valorizando a estreia no Mundial.

Portugal vai disputar a 29.ª edição do Campeonato do Mundo, que começa na terça-feira e termina no dia 02 de fevereiro, na Croácia, na Dinamarca e na Noruega, enfrentando, no Grupo E, as seleções de Estados Unidos, na quarta-feira, Brasil, na sexta, e a coanfitriã Noruega, no domingo.

“É um passo muito importante entrar bem numa competição, principalmente, animicamente, ganhar bem e a jogar com boas sensações. Esperamos entrar com o pé direito contra os Estados Unidos e, depois, se calhar, o nível de dificuldade é gradual e isso pode ser uma vantagem”, reconheceu Frade, antevendo “três jogos difíceis”.

Uma eventual chegada aos ‘quartos’ obriga a um “caminho difícil”, cuja rota é, segundo Frade, “pontuar o máximo possível na fase de grupos e esperar o melhor na ‘main round’”.

“O objetivo que temos sempre é sermos melhores, ano após ano, e, por isso, neste Mundial, o nosso grande objetivo é atingir os quartos de final, para fazer o que ainda não foi feito: tentar chegar às oito melhores equipas do mundo, passando a ‘main round’”, reforçou Salvador Salvador.

O lateral e capitão do Sporting, de 23 anos, quer que a sexta presença lusa em Mundiais – e 15.ª em grandes competições, incluindo os Jogos Olímpicos Tóquio2020 – sirva de afirmação para Portugal.

“Nós queremos jogar e estar ao nível das grandes equipas, por isso é que queremos deixar de ter o rótulo de ‘underdog’ [mais desfavorecido, em tradução livre], apesar de ainda o termos, porque uma presença num Mundial e num Europeu tem de começar a ser um hábito. O foco, neste Mundial, é a presença nos quartos de final”, sublinhou Salvador Salvador, antevendo a sétima grande competição seguida para Portugal.

O seu companheiro de equipa nos ‘leões’, e também lateral, Martim Costa, de 22 anos, advertiu para “os três jogos muito complicados”, numa, teoricamente, dificuldade gradual.

“Pode ser, mas acho que não devemos desvalorizar os Estados Unidos. Não vai ser fácil. Se acham que nos vão dar alguma coisa, porque são os Estados Unidos, estão enganados. Temos de os respeitar e encará-los como se fosse a França ou a Noruega”, alertou Martim Costa.

O seu irmão mais novo, Francisco Costa, também jogador do Sporting, foi menos incisivo, esperando apenas pelo empenho total de Portugal na competição.

“Espero que seja um bom Mundial para todos, que sejamos, pelo menos, capazes de cumprir o nosso objetivo, entrando para ganhar em cada jogo, dando tudo o que temos, sem deixar nada por fazer. Só isso me deixava orgulhoso”, rematou o lateral, de 20 anos.

Portugal estreia-se no Mundial na quarta-feira, frente à seleção norte-americana, em Baerum, na Noruega, a partir das 18:00 locais (17:00 em Lisboa).

A seleção portuguesa conta cinco presenças em Campeonatos do Mundo, a primeira em 1997, tendo disputado, depois, dois seguidos, em 2001 e 2003, quando foi anfitrião da competição. Soma, agora, três fases finais seguidas, desde 2021, quando conseguiu a melhor classificação de sempre (10.º).