O selecionador nacional de andebol, Paulo Jorge Pereira, mostrou-se hoje revoltado com o cancelamento do voo que devia levar a equipa portuguesa para Tóquio, onde vai participar nos Jogos Olímpicos.
“Sempre fui um defensor acérrimo dos direitos humanos, mas hoje dou por mim a pensar até que ponto é que os direitos de uns afetam os direitos de outros. Julgo que as pessoas devem lutar pelos seus direitos sempre, mas o que hoje sinto é que estão a afetar o meu direito. É penoso o que nos está a acontecer pelo voo ter sido cancelado”, revelou o treinador português.
A greve da Groundforce cancelou vários voos durante a manhã no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, e, apesar de ter comparecido no local, a seleção portuguesa de andebol só esta tarde vai viajar para Tóquio, cidade que acolhe os Jogos Olímpicos.
Paulo Jorge Pereira assumiu o desagrado pela situação e disse mesmo que este percalço pode afetar a prestação portuguesa nos Jogos.
“Estivemos a trabalhar esta semana no sentido de nos adaptarmos ao ‘jet lag’ e agora não sabemos quando vamos chegar. Não há programação que resista, não sei o que fazer. Vamos esperar e em função disso vamos tentar retomar o nosso caminho. Mas assumo que estamos um pouco perdidos”, declarou o selecionador nacional.
O técnico explicou que a principal dificuldade será o facto de os jogadores passarem “dois dias sem dormir e jogar passados três dias”, sublinhando que os atletas “vão chegar ao Japão todos ‘rebentados’”.
“Não estamos a fazer disto um cataclismo, mas temos de ter noção da realidade. Não posso dizer que as nossas ambições estão comprometidas em função deste episódio, mas vamos adaptar-nos como temos vindo a fazer ao longo do nosso percurso”, prometeu o líder da equipa portuguesa.
Portugal vai defrontar nos Jogos Olímpicos as seleções do Egito, no próximo sábado, dia 24 de julho, Bahrain (26), Suécia (28), Dinamarca (30) e Japão (01 de agosto).
Hoje é o primeiro dia da greve convocada pelo Sindicato dos Técnicos de Handling de Aeroportos (STHA), como protesto pela “situação de instabilidade insustentável, no que concerne ao pagamento pontual dos salários e outras componentes pecuniárias” que os trabalhadores da Groundforce enfrentam desde fevereiro de 2021.
A paralisação vai prolongar-se pelos dias 18 e 31 de julho, 01 e 02 de agosto, o que levou a ANA a alertar esta sexta-feira para possíveis constrangimentos nos aeroportos nacionais, cancelamentos e atrasos nos voos assistidos pela Groundforce, nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro, Funchal e Porto Santo.
Na mesma nota em que no início do mês dava conta da greve, a estrutura sindical detalhou que a paralisação abrange os trabalhadores da SPdH (Groundforce) de Lisboa, Porto, Faro, Funchal e Porto Santo e que decorrerá das 00:00 do dia 17 às 24:00 do dia 18 de julho de 2021 e das 00:00 do dia 31 de julho às 24:00 do dia 02 de agosto de 2021.
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