O antigo andebolista campeão do mundo pela França e atual presidente da Liga do seu país, Bruno Martíni, foi hoje condenado a um ano de prisão, com pena suspensa, por “abuso de menor” e “gravação de pornografia infantil”.
O guarda-redes campeão do mundo em 1995 e 2001, atualmente com 52 anos, reconheceu na fase de interrogatório após a sua detenção, na segunda-feira, ter gravado imagens pedopornográficas de um menor, na altura dos factos com 13 anos, evitando assim um julgamento convencional, no qual incorria em pena de até cinco anos de prisão e 75.000 euros de multa.
Segundo a sua advogada, Elie Dottelonde, Bruno Martíni vai pagar ainda 2.500 euros e vai estar impedido, durante cinco anos, de desempenhar qualquer função que implique contacto com menores.
A causídica garantiu, no entanto, que o seu cliente desconhecia que o menor tinha menos de 15 anos e informou ainda que o Ministério Público deixou cair a acusação de agressão sexual e não impôs a Bruno Martíni qualquer obrigação de se submeter a tratamentos.
Em comunicado, a Liga francesa de andebol assegurou que uma eventual condenação de Martíni o impossibilitaria de continuar à frente do organismo.
O campeão da Europa de clubes em 2003, pelo Montpellier, deu a cara por um grupo de investidores que em 2010 comprou o Paris Handball, sendo designado director-geral do emblema que seria comprado pelo fundo soberano Qatar Sports Authority, que já era proprietário do clube de futebol Paris Saint-Germain.
O ex-guarda-redes, que foi detido na segunda-feira, estava sob investigação desde junho de 2020, após uma denúncia de um adolescente de 13 anos.
Bruno Martíni, de 1,93 metros, foi o guarda-redes de França nos primeiros títulos mundiais do país em andebol masculino, em 1995 e 2001, êxitos que lançaram a supremacia gaulesa na modalidade, atualmente seis vezes campeã do mundo.
Em novembro do último ano, Martíni foi eleito presidente da Liga francesa de andebol, garantindo que o seu objetivo se centrava na visibilidade e desenvolvimento económico, assente nos valores certos.
A investigação a Martini é a mais recente de uma série de escândalos no dirigismo desportivo francês, depois da condenação a dois anos de prisão com pena suspensa de Bernard Laporte, presidente da Federação de râguebi, acusado de corrupção, e da acusação de assédio moral e sexual a Noël Le Graët, presidente da Federação francesa de futebol, que foi obrigado a cessar funções.
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