O selecionador português feminino de andebol, José António Silva, prometeu a “ambição de pontuar e de ganhar jogos” no regresso de Portugal a um Campeonato da Europa, 16 anos depois, para, assim, conseguir “subir no ranking”.

“Vamos lutar pela vitória em todos os jogos e se conseguirmos fazer algum resultado positivo, esse aspeto é determinante, não só pelo resultado, mas por aquilo que significará em termos de subida no ranking, que é também um objetivo importantíssimo”, sublinhou José António Silva em entrevista à Agência Lusa.

As ‘lusitanas’ – apelido da formação lusa – vão disputar a principal competição europeia de seleções volvidos 16 anos da primeira e única participação, numa prova que vai decorrer entre 28 de novembro e 15 de dezembro, na Áustria, Hungria e Suíça.

E, referiu o selecionador português, a qualificação é já “um sinal de evolução”, mas que espera que possa refletir-se futuramente.

Refira-se que Portugal se apurou para o Campeonato da Europa após o inédito alargamento para 24 equipas, sendo o terceiro melhor classificado no conjunto dos terceiros classificados da fase de qualificação.

“A nossa colocação no ranking é decisiva para definir os nossos adversários nos apuramentos e temos vindo sempre a subir, sempre a melhorar”, notou o técnico, apostado “pontuar e subir no ranking para que, a partir de agora, possa atingir presenças sistemáticas nestas competições”.

Portugal está inserido no Grupo C da ronda preliminar, que vai disputar-se na cidade helvética de Basileia, e vai estrear-se com a congénere espanhola (dia 28, 17:00), seguindo-se os embates diante das seleções da Polónia (dia 30, 14:30) e de França (dia 02 de dezembro, 19:30).

Relativamente ao agrupamento, o selecionador antecipou naturais dificuldades.

“Sabemos que vamos defrontar adversários que nos são superiores, temos noção disso, e isso coloca-nos em desvantagem, mas o que nos interessa neste momento é potenciar as nossas armas e evitar que essas desvantagens se expressem dentro de campo”, analisou, sustentando que a "ideia passa por não haver mais hiato temporal nenhum" no que concerne à presença lusa naquele 'palco'.

A equipa das 'quinas' é composta apenas por estreantes – são 17 as convocadas para a competição –, algo que, evidenciou também José António Silva, não irá beliscar “o compromisso absoluto com as tarefas da equipa”.

“Em teoria, entramos em desvantagem, mas acreditamos que se conseguirmos cumprir as nossas ideias, que podemos fazer uma surpresa”, assegurou, afirmando ainda que a competição servirá também para “consolidar” a “evolução” alcançada nos últimos anos.

“O facto de nenhum de nós ter participado numa fase final destas vai também pesar e vamos aprender e fazer disto mais um passo”, acrescentou, já depois de asseverar que esse dado não irá fazer com que as lusas “abdiquem da ambição de fazer bons resultados”.

"Temos um grupo muito consciente e responsável, que sabe perfeitamente a responsabilidade que tem e os desafios com que vai ser confrontado. Estamos preparados para o que aí vem", garantiu, descrevendo um grupo de trabalho "motivadíssimo" e que "vai deixar tudo aquilo que tem dentro de campo".

Questionado sobre os teóricos candidatos ao título, o 'homem do leme' da equipa portuguesa apontou França e Noruega (atual detentora do título), alertando ainda para o poderio de outras seleções, sobretudo dos conjuntos do Norte da Europa.

Em 2008, no Montenegro, a seleção portuguesa, orientada à data por Paula Castro, perdeu os três jogos da competição, classificando-se no 16.º lugar, registo que procura agora melhorar na segunda participação de sempre na referida competição.