Numa partida em que nunca esteve em causa o vencedor, a seleção angolana sénior feminina estreou-se esta segunda-feira no 22º campeonato africano feminino de andebol com uma exibição a duas velocidades.
As angolanas iniciaram de forma a não deixar dúvidas e cedo o placar do Multiusos de Luanda assinalava 3-0, que passou a 6-2 e 8-3 diante de uma Costa do Marfim completamente entregue.
A primeira parte foi de uma exibição brilhante e contagiou o reduzido público que entrou no ritmo das jogadoras. Na quadra, tudo funcionava. Enquanto lá no ataque Juliana Machado era eficaz, na baliza a guarda-redes Bá fazia defesas importantes para manter o adversário distante, a sua colega de posição Neyde Barbosa defendia três livres dos sete metros.
Com este cenário, o placar foi crescendo e a dez minutos do intervalo já estava 13-5 e a defesa certinha das anfitriãs só permitiu mais dois golos às costa-marfinenses, até final do primeiro tempo.
Ao intervalo, o marcador era um confortável 21-7.
Porém, ao contrário do que o público esperava depois a mostra, a segunda metade ficou-se pelo comum abeirar-se do desencanto. Não porque o adversário tenha crescido mas porque as “Pérolas” se desengajaram face à facilidade encontrada.
Como resultado, acentuaram-se erros técnicos e falhas de um para zero, para desencanto do público ávido de espetáculo. O técnico Filipe Cruz, que prescindiu os serviços da experiente universal Luísa Kiala, aproveitou a fragilidade do oponente e lançou algumas promissoras jogadoras.
A expressão do marcador é demonstrativa da alteração de andamento e eficácia das angolanas que no primeiro tempo marcaram o triplo dos golos das marfinenses, e na segunda, consentiram também o triplo de tentos.
A seleção da Costa do Marfim foi uma presa fácil porém teve em Abiba Fofana, autora de cinco golos, a mais irreverente.
Com este passo positivo rumo ao décimo segundo trofeu continental na estreia, Angola pode ter obtido dois ganhos para a segunda jornada, marcada para terça-feira diante do senegal, que na estreia surpreendeu a RD Congo com triunfo por 28-22.
A vitória de hoje dará um arcaboiço psicológico e vai avisado ao choque com senegalesas, e por outro lado, a vitória pode também trazer mais público ao pavilhão, que esteve aquém das expectativas para um torneio desta magnitude.
A prestação senegalesa, onde se destaca a Awa Diop, que milita no campeonato da terceira divisão de França, criou uma primeira impressão positiva, pois desde o início manietou o adversário e liderou o marcador. Mostrou segurança e apuro técnico e desenvoltura.
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