O selecionador nacional de andebol, Paulo Jorge Pereira, traçou hoje um balanço “extremamente positivo” da “ótima” participação de Portugal no Mundial2021, no Cairo, apesar de alguns condicionalismos e da derrota por nove golos com a França.
Paulo Jorge Pereira considerou que a participação lusa no Mundial foi condicionada ao nível da planificação, sem tempo para realizar jogos-treino, e por algumas lesões de atletas, o que é complicado para uma equipa que "tem que jogar sempre nos limites".
“Acabamos por só perder com a Noruega, vice-campeã mundial, e por um (29-28), e com a França, uma das melhores seleções do mundo”, referiu Paulo Pereira, algo “triste” com a diferença de nove golos no encontro de domingo com os gauleses (23-32).
O selecionador nacional reconheceu que Portugal fez um jogo "abaixo das suas capacidades, principalmente ao nível da finalização", mas a derrota pesada no encontro decisivo não belisca a prestação lusa nem o "orgulho enorme" que sente pelo grupo de trabalho.
“É um processo de aprendizagem. Temos de ter estas experiências [marcar presença nas principais provas] de forma consecutiva”, disse o selecionador, considerando que Portugal “já está no alto nível, mas tem que consolidar essa posição, e isso consegue-se com experiência”.
Paulo Jorge Pereira apontou que a seleção, desde a concentração, nunca teve o grupo completo, com os problemas físicos de Gilberto Duarte, Alexandre Cavalcanti e Luís Frade, e pequenas ‘mazelas’ de André Gomes, Victor Iturriza e Daymaro Salina.
“Ainda não estamos preparados fisicamente para jogar tantos jogos seguidos. Ainda por cima, sempre no limite e com a obrigação de ganhar”, explicou o selecionador a partir do Cairo, em conferência de imprensa através da plataforma Zoom.
As limitações físicas obrigaram Paulo Jorge Pereira a preparar vários planos B e C para os jogos, mas impediram, por exemplo, a formulação de um sistema defensivo alternativo, uma vez que as lesões incidiram sobre os defesas centrais (pivôs).
Falhado o objetivo de atingir os quartos de final e o ‘top-8’ do Mundial2021, e a luta pelas medalhas, Paulo Jorge Pereira assume que, “embora possa parecer arrogante e irrealista”, seria uma “cobardia”, com a qualidade dos atletas de que dispõem, “não ter assumido uma meta ambiciosa”.
“O próximo sonho é ir aos Jogos Olímpicos [Tóquio2020, no verão]”, aponta o selecionador, reconhecendo que esse objetivo “é muito difícil, mas está ao alcance da seleção portuguesa”, que irá disputar duas das vagas com as seleções de França, Tunísia e Croácia, em março.
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