O selecionador português de andebol, Paulo Jorge Pereira, considerou hoje que o jogo com a Noruega, na quarta-feira, pode ser decisivo na decisão do apuramento para os quartos de final do Mundial do Egito.
Na véspera do primeiro encontro do Grupo I da ronda principal, o treinador luso admitiu que este jogo "não é uma final", mas pode ser importante, numa altura em que Portugal parte com mais dois pontos do que os nórdicos.
"Este é um jogo que tem um significado especial, talvez seja o jogo teoricamente mais difícil. (...) Mas também pode ser a solução para passar à fase seguinte. Estamo-nos a preparar para tentar vencer. É uma das melhores seleções do mundo, temos os pés assentes no chão, mas queremos ganhar", assumiu.
Depois de Portugal ter vencido os três encontros na fase preliminar, que lhe permitiram chegar à segunda fase com quatro pontos, o selecionador acredita que Portugal tem margem de manobra, ao contrário dos noruegueses.
"Para a Noruega, este jogo pode ser decisivo, se perderem nunca mais nos apanham, a não ser que possa haver empates entre várias equipas. Para eles é um jogo de altíssimo risco. Para nós, é um jogo em que fica tudo em aberto se não ganharmos. Tudo faremos para tentar ganhar e continuar a sonhar", disse.
Além da Noruega, Portugal vai ainda defrontar a França, no domingo, além de encontrar a Suíça, na sexta-feira, com Paulo Jorge Pereira a admitir que "são jogos diferentes", considerando que o histórico recente, com duas derrotas em três jogos com Portugal, "pode espicaçar os franceses".
"Mas a França é sempre a França, já o provou", lembrou o treinador.
Sobre os noruegueses, Paulo Jorge Pereira considera que "são muito fortes na transição", algo que está "enraizado" na sua forma de jogar, destacando Sander Sagosen.
"O Sagosen joga em todo o lado, portanto temos de o parar todos. Vamos ter alguma coisa interessante que o pode condicionar, mas não é um jogador específico", afirmou.
Em relação aos outros encontros do grupo, Paulo Jorge Pereira acho que a partida entre França e Argélia pode ser interessante, pela rivalidade histórica, embora considere que é "quase impossível" uma vitória do conjunto africano.
"A Islândia foi uma pena ter perdido o Smarason, que tinha muito peso nesta equipa. Não sei como vão estar, mas eram uma equipa que podia surpreender. Era interessante que a Islândia ganhasse algum jogo neste grupo", disse.
Considerando que a defesa ainda não está como quer, até pelas limitações físicas que tem havido na equipa, Paulo Jorge Pereira lembra que Portugal tem uns dos melhores registos defensivos do Mundial e disse esperar uma melhoria na eficácia ofensiva.
Rui Silva, que se tornou o segundo jogador mais internacional de sempre por Portugal, espera três jogos difíceis na segunda fase, considerando a Noruega, terceira do Euro2000, "uma excelente equipa, com um andebol muito bom", mas a quem Portugal pode ganhar.
O facto de todos os jogadores de Portugal terem tempo de utilização semelhante é algo positivo para o central, pois mostra a qualidade de "grande nível" da seleção, deixando ainda elogios para o 'rival' de posição Miguel Martins.
"Fico feliz que as coisas lhe estejam a correr bem, assim como ao Pedro Portela ou ao Humberto [Gomes]. Os resultados são para o bem de Portugal, isto é um grupo, uma seleção. Só estando todos a grande nível é que podemos bater grandes seleções", admitiu.
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